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11/02/2001 - 00h02

PMDB diz que caso da fita não afeta eleição no Congresso

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da Folha de S.Paulo

A cúpula do PMDB nega que a divulgação de gravações clandestinas de conversas telefônicas tratando de suposta negociação financeira para a filiação de deputados federais no partido vá afetar a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, marcada para a próxima quarta-feira.

A revista "Veja" divulgou ontem gravações que envolvem quatro deputados baianos que teriam obtido vantagens financeiras para trocar o PFL pelo PMDB.

O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, é apontado nas gravações como responsável pela negociação. "Não há reflexo algum na sucessão da Câmara nem do Senado. É mais um blefe de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)", afirmou Geddel, ontem.

Geddel, que articulou a ida dos deputados baianos José Lourenço, Jonival Lucas Júnior, Leur Lomanto e Roland Lavigne para o partido, argumenta que não há ligações para ele nas gravações publicadas pela revista.

"Não tem uma palavra minha, não tem nada. Os parlamentares não dizem nada. Se queriam marcar uma reunião, por que não há ligação para mim? Por que não há nenhuma fala comigo?", afirmou.

O líder do PMDB afirmou que amanhã pedirá à Polícia Federal que investigue o caso para identificar os autores do suposto grampo telefônico.

Os políticos baianos que trocaram o PFL pelo PMDB e tiveram suas conversas telefônicas divulgadas ontem sustentam que o senador Antonio Carlos Magalhães ofereceu mais do que os peemedebistas para que se mantivessem no partido.

"O senador Antonio Carlos e o ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, me telefonaram há dois meses oferecendo uma diretoria da Petrobras para meu filho", disse ontem o deputado José Lourenço, um dos que trocaram de legenda em dezembro do ano passado.

"A mim, foi oferecida uma vaga no Tribunal de Contas da Bahia ou a Secretaria de Comércio no Estado", acrescentou o deputado Roland Lavigne, que também migrou do PFL para o PMDB.

Os quatro envolvidos na fita divulgada pela "Veja" - os deputados José Lourenço, Roland Lavigne e Leur Lomanto e o ex-deputado Jonival Lucas -sustentaram que a falta de espaço no PFL e a onipresença de ACM foram as principais razões para que tivessem migrado para o PMDB.

Ontem pela manhã, eles foram ao gabinete do advogado José Gerardo Grossi, contratado para defendê-los das acusações.

Na segunda-feira, o grupo vai protocolar notícia-crime na Polícia Federal contra o que chamaram de gravação forjada. Segundo o ex-deputado Jonival Lucas, principal protagonista das conversas, há "98% de chance de que a fita tenha sido montada".

"Quando se está na área de ACM, você é vestal. Quando se sai da área dele, vira-se satanás", disse José Lourenço.

Jonival Lucas, que teve sua mulher, Marivalda, demitida da Embasa, empresa de saneamento e água da Bahia, disse que não aguentava mais a convivência com ACM, por isso decidiu deixar o PFL. "Não queria que meu filho passasse 16 anos, como eu passei, ouvindo a voz dele", disse o ex-deputado.

Lucas afirmou que já gravou sua voz em outras oportunidades, mas negou que tenha gravado essas conversas.

Muito menos que tenha sido ele o emissário da fita para ACM. "Estou rompido com o senador e não há volta", disse.

"As denúncias ficaram tão banalizadas, tão exageradas, que não se altera o quadro eleitoral", afirmou ontem o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O presidente da Câmara defendeu cautela sobre o assunto.

"Temos de verificar a autenticidade dos diálogos. Temos também de verificar que a conversa é entre terceiros, não há palavra de Geddel (Geddel Viera Lima, líder do partido na Câmara) no meio."


 

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