Publicidade
Publicidade
12/02/2001
-
00h10
da Folha de S.Paulo
O grampo telefônico ilegal de deputados federais baianos que foram para o PMDB em dezembro foi feito em janeiro, segundo parte das conversas nos 42 minutos e 6 segundos de gravação.
A Folha obteve anteontem uma cópia completa do grampo, divulgado em parte pela revista "Veja" que circulou no fim-de-semana. As conversas estavam em um minidisc, um meio de gravação digital. O minidisc tem 6,8 cm por 7,2 cm. É semelhante a um disquete de computador, porém um pouco menor. Armazena até 74 minutos de áudio, com alta fidelidade.
O disco conteria integralmente os diálogos recebidos por "Veja". Em pelo menos um deles, fica claro que a gravação foi realizada em janeiro: um dos interlocutores faz um comentário sobre como e onde passou as festas de final de ano.
A Folha entregou o disco para um técnico convertê-lo em MP3 (usado na Internet) e em fita. Na conversão, o técnico analisou os diálogos no computador. A impressão inicial é que dificilmente houve colagem de frases ou palavras. Mas é seguro que foram escolhidas conversas para serem distribuídas à imprensa.
Aparecem no grampo oito telefonemas ou tentativas de telefonemas. Dois deles duram 5 segundos e 6 segundos. As outras seis conversas são mais longas.
Apenas uma pessoa pronuncia explicitamente a palavra "dinheiro" num contexto que pode indicar ter havido compra de deputados: Marivalda, mulher do ex-deputado Jonival Lucas, que é pai do deputado Jonival Lucas Júnior (ex-PPB e hoje no PMDB-BA).
A menção é indireta. A uma mulher não identificada, Marivalda diz: "Joninho (seu filho, Jonival Lucas Júnior) foi o único que não teve direito a nada. Todo mundo recebeu cargo. Todo mundo recebeu dinheiro. Mas ele, como foi o mentor de tudo, achou que não devia ter nada".
A conversa era sobre a entrada dos deputados no PMDB. Não fica explicado quem deu ou como supostamente deu o dinheiro.
Nas outras conversas, não se fala em quantias de dinheiro. Mas é possível inferir que os deputados esperavam alguma vantagem por terem entrado no PMDB.
O caso do grampo tem relevância pela proximidade das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, depois de amanhã.
Quatro deputados baianos se filiaram ao PMDB em 12 de dezembro: Jonival Júnior, José Lourenço, Roland Lavigne e Leur Lomanto. No grampo aparecem vozes que seriam de Lourenço e de Jonival Júnior - além do pai de Jonival, sua mulher, uma voz não-identificada de mulher e o ex-prefeito de Salvador Mário Kértesz.
Leia mais sobre o Congresso Nacional
Grampo ilegal baiano foi feito em janeiro
Publicidade
O grampo telefônico ilegal de deputados federais baianos que foram para o PMDB em dezembro foi feito em janeiro, segundo parte das conversas nos 42 minutos e 6 segundos de gravação.
A Folha obteve anteontem uma cópia completa do grampo, divulgado em parte pela revista "Veja" que circulou no fim-de-semana. As conversas estavam em um minidisc, um meio de gravação digital. O minidisc tem 6,8 cm por 7,2 cm. É semelhante a um disquete de computador, porém um pouco menor. Armazena até 74 minutos de áudio, com alta fidelidade.
O disco conteria integralmente os diálogos recebidos por "Veja". Em pelo menos um deles, fica claro que a gravação foi realizada em janeiro: um dos interlocutores faz um comentário sobre como e onde passou as festas de final de ano.
A Folha entregou o disco para um técnico convertê-lo em MP3 (usado na Internet) e em fita. Na conversão, o técnico analisou os diálogos no computador. A impressão inicial é que dificilmente houve colagem de frases ou palavras. Mas é seguro que foram escolhidas conversas para serem distribuídas à imprensa.
Aparecem no grampo oito telefonemas ou tentativas de telefonemas. Dois deles duram 5 segundos e 6 segundos. As outras seis conversas são mais longas.
Apenas uma pessoa pronuncia explicitamente a palavra "dinheiro" num contexto que pode indicar ter havido compra de deputados: Marivalda, mulher do ex-deputado Jonival Lucas, que é pai do deputado Jonival Lucas Júnior (ex-PPB e hoje no PMDB-BA).
A menção é indireta. A uma mulher não identificada, Marivalda diz: "Joninho (seu filho, Jonival Lucas Júnior) foi o único que não teve direito a nada. Todo mundo recebeu cargo. Todo mundo recebeu dinheiro. Mas ele, como foi o mentor de tudo, achou que não devia ter nada".
A conversa era sobre a entrada dos deputados no PMDB. Não fica explicado quem deu ou como supostamente deu o dinheiro.
Nas outras conversas, não se fala em quantias de dinheiro. Mas é possível inferir que os deputados esperavam alguma vantagem por terem entrado no PMDB.
O caso do grampo tem relevância pela proximidade das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, depois de amanhã.
Quatro deputados baianos se filiaram ao PMDB em 12 de dezembro: Jonival Júnior, José Lourenço, Roland Lavigne e Leur Lomanto. No grampo aparecem vozes que seriam de Lourenço e de Jonival Júnior - além do pai de Jonival, sua mulher, uma voz não-identificada de mulher e o ex-prefeito de Salvador Mário Kértesz.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice