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14/02/2001 - 03h47

Senado: Porto é a terceira via do PFL, e aliados de Jader festejam

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da Folha de S.Paulo

A 24 horas da eleição do novo presidente do Senado, o PFL anunciou ontem o senador Arlindo Porto (PTB-MG) como a terceira via para enfrentar Jader Barbalho (PMDB-PA) e Jefferson Péres (PDT-AM), após o fracasso das tentativas de convencer José Fogaça (PMDB-RS).

O anúncio foi comemorado pelos aliados de Jader, que consideram Porto um nome eleitoralmente inviável, por ter atuação inexpressiva no Senado. Alguns se referiam a ele jocosamente como ""Arlindo morto".

Ex-ministro da Agricultura do governo FHC, Porto deu entrevista acompanhado de 15 senadores do PFL e se mostrou confiante que conseguirá hoje os votos necessários para ganhar (no mínimo 33, segundo o PFL).

Antonio Carlos Magalhães não estava presente. Anunciou a decisão do partido de seu gabinete, na presidência do Senado.

""Hoje, nenhum candidato tem consolidada sua vitória. Tenho chance de ganhar a eleição. Sou ousado, tenho coragem, todos conhecem meu passado e não sou de me omitir. Nem sempre quem sai na frente chega primeiro", afirmou o senador mineiro.

Porto telefonaria ao presidente FHC ainda ontem, comunicando sua candidatura. Ele disse esperar isenção do Palácio do Planalto.

A oposição reagiu indignada ao lançamento do terceiro candidato, porque ainda contava com o apoio do PFL a Péres. ""Se existisse veto ético sincero ao Jader, o voto ético seria para Jefferson", disse Paulo Hartung (PPS-ES).

"O PFL se suicidou. Deu a vitória a Jader e, por antecipação, anunciou a derrota de Inocêncio Oliveira (PFL-PE) na disputa pela Câmara", disse Péres.

"Tudo poderia ser diferente, mas não combina com o DNA do PFL votar com a oposição", declarou José Eduardo Dutra (PT-SE).

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), lançou um desafio à oposição: ""Quero deixar claro que, se a oposição não der 16 votos para o Jefferson Péres, terá servido como sublegenda do candidato do PMDB."

Fogaça
O PFL insistiu na opção Fogaça até o fim. O senador gaúcho tem divergências com o presidente do seu partido, Jader Barbalho, e se absteve na reunião da bancada peemedebista que elegeu Barbalho o candidato do partido.

Fogaça chegou a se entusiasmar com a possibilidade, mas acabou recusando a idéia de ser candidato por não ter recebido sinalização de apoio na bancada do PMDB. Ele enfrentaria outro obstáculo, que tentou derrubar: o veto do governador do seu Estado, o petista Olívio Dutra.

Um dia antes de dar a resposta final ao PFL, o senador gaúcho telefonou a um colega pedindo sua intervenção junto ao PT.

O presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), e o dirigente nacional Luiz Inácio Lula da Silva chegaram a ser contatados e prometeram conversar com Dutra. Mas Fogaça não recebeu mais os telefonemas do colega.

Afastada a hipótese Fogaça, o PFL tinha a opção José Agripino (PFL-RN), o pefelista com mais chance de vitória, segundo as avaliações da cúpula do partido.

Mas Agripino também não aceitou ser candidato, argumentando que o lançamento de candidatura própria do PFL no Senado selaria a derrota de Inocêncio Oliveira na Câmara e ele seria o responsável. ""Eu não me submeteria a isso", disse.

Bezerra
O ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), que é senador pelo PMDB do Rio Grande do Norte, reassumiu ontem sua cadeira no Senado para votar hoje em Jader. Amanhã, ele reassume o ministério, segundo ficou acertado com FHC.

Ele tentou desvincular seu gesto de qualquer sinal de apoio do Planalto a Jader. "Fiz um gesto de solidariedade ao presidente do partido. Se o presidente Fernando Henrique negasse meu pedido, vocês diriam que ele era contra Jader. Como aceitou, vocês dizem que é a favor", disse.

Para alguns analistas, no entanto, a volta de Bezerra ao Senado foi preventiva ao possível lançamento de Agripino. Nas contas de Bezerra e de assessores de FHC, o nome de Agripino era capaz de desagregar o PMDB -com força maior que Arlindo Porto.

A idéia de Bezerra seria, confirmado o estrago na candidatura Jader, apresentar o seu nome como uma alternativa de consenso dentro do PMDB para tentar manter o partido com a presidência da Casa.

Além disso, por receio de ser Agripino o indicado, Bezerra pediu que estivesse diretamente envolvido na reação peemedebista. Ele é seu adversário no Rio Grande do Norte, onde Bezerra tem pretensões de concorrer ao governo do Estado.
 

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