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22/02/2001
-
03h32
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O "PFL do B", ala afinada com o Palácio do Planalto, pressiona Fernando Henrique Cardoso a demitir um peemedebista de peso na reforma ministerial em estudo a fim de facilitar a recomposição do partido com o governo.
Em encontro na segunda, o presidente do partido, o senador Jorge Bornhausen (SC), pediu a FHC que aguardasse as reuniões da Executiva (8 de março) e do Diretório Nacional do PFL (em data a ser definida) para definir o destino dos ministros pefelistas.
FHC está decidido a demitir Rodolpho Tourinho (Minas e Energia). Anteontem, contrariado com novo discurso do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) contra ministros peemedebistas e o governo, o presidente quase precipitou a demissão.
FHC ficou contrariado quando ACM mencionou indiretamente casos incômodos para o governo -o dossiê Caribe (conjunto de papéis sem autenticidade comprovada sobre uma suposta conta secreta de líderes tucanos no exterior) e o caso Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência suspeito de tráfico de influência.
Uma intervenção de Bornhausen, porém, segurou Tourinho ontem. Devido à contrariedade com ACM, FHC também estuda tirar do cargo Waldeck Ornélas (Previdência). Tourinho e Ornélas foram indicados por ACM.
Bornhausen sabe que a tendência do partido será ficar com FHC, mas deseja dar um caráter formal à esperada recomposição. Bornhausen e o vice-presidente Marco Maciel avaliam que, após o partido oficializar a vontade de permanecer no governo, poderão cobrar do senador baiano que pare de atacar FHC e liberar o presidente a demitir os carlistas.
No encontro com o presidente, Bornhausen aventou a possibilidade de o PFL optar por sair do governo. Fez isso mais para valorizar a provável recomposição. Entende que a hipótese é remota.
Na visão de Bornhausen e Maciel, uma demissão imediata dos ministros de ACM enfraquecerá o PFL como um todo e fortalecerá o PMDB -que, em aliança com o PSDB, acabou de derrotar o partido nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
Na conversa com FHC, Bornhausen defendeu a saída de um peemedebista de peso (preferencialmente, Eliseu Padilha, dos Transportes) para que o PMDB não se sinta ainda mais vitorioso.
A cúpula do PMDB decidiu que não aceitará a saída de Padilha e de Fernando Bezerra (Integração Nacional). O partido está disposto a oferecer Ovídeo De Angelis (Políticas Urbanas), cuja secretaria, com mais verbas, poderia se transformar em um Ministério do Desenvolvimento Urbano.
No PFL já se discutem reservadamente nomes para substituir os dois carlistas. O deputado José Carlos Fonseca (PFL-ES) é cotado para o lugar de Tourinho. O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), apesar de ainda oficialmente rompido com o Planalto, também aparece entre os ministeriáveis.
Oficialmente, o Palácio do Planalto diz que FHC não pensa em reforma ministerial. Reservadamente, porém, o presidente tem ouvido sugestões.
No PSDB, há um grupo que defende uma reformulação ampla, com a saída de peemedebistas a fim de diminuir o que chamam de arrogância de vitoriosos.
O ministro da Saúde, José Serra, porém, quer manter o espaço atual do PMDB. Não é por acaso que ele é o preferido dos peemedebistas para a sucessão, caso não tenham candidato próprio.
(KENNEDY ALENCAR e RAQUEL ULHÔA)
Ala pefelista pressiona por saída de ministro do PMDB
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O "PFL do B", ala afinada com o Palácio do Planalto, pressiona Fernando Henrique Cardoso a demitir um peemedebista de peso na reforma ministerial em estudo a fim de facilitar a recomposição do partido com o governo.
Em encontro na segunda, o presidente do partido, o senador Jorge Bornhausen (SC), pediu a FHC que aguardasse as reuniões da Executiva (8 de março) e do Diretório Nacional do PFL (em data a ser definida) para definir o destino dos ministros pefelistas.
FHC está decidido a demitir Rodolpho Tourinho (Minas e Energia). Anteontem, contrariado com novo discurso do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) contra ministros peemedebistas e o governo, o presidente quase precipitou a demissão.
FHC ficou contrariado quando ACM mencionou indiretamente casos incômodos para o governo -o dossiê Caribe (conjunto de papéis sem autenticidade comprovada sobre uma suposta conta secreta de líderes tucanos no exterior) e o caso Eduardo Jorge, ex-secretário-geral da Presidência suspeito de tráfico de influência.
Uma intervenção de Bornhausen, porém, segurou Tourinho ontem. Devido à contrariedade com ACM, FHC também estuda tirar do cargo Waldeck Ornélas (Previdência). Tourinho e Ornélas foram indicados por ACM.
Bornhausen sabe que a tendência do partido será ficar com FHC, mas deseja dar um caráter formal à esperada recomposição. Bornhausen e o vice-presidente Marco Maciel avaliam que, após o partido oficializar a vontade de permanecer no governo, poderão cobrar do senador baiano que pare de atacar FHC e liberar o presidente a demitir os carlistas.
No encontro com o presidente, Bornhausen aventou a possibilidade de o PFL optar por sair do governo. Fez isso mais para valorizar a provável recomposição. Entende que a hipótese é remota.
Na visão de Bornhausen e Maciel, uma demissão imediata dos ministros de ACM enfraquecerá o PFL como um todo e fortalecerá o PMDB -que, em aliança com o PSDB, acabou de derrotar o partido nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
Na conversa com FHC, Bornhausen defendeu a saída de um peemedebista de peso (preferencialmente, Eliseu Padilha, dos Transportes) para que o PMDB não se sinta ainda mais vitorioso.
A cúpula do PMDB decidiu que não aceitará a saída de Padilha e de Fernando Bezerra (Integração Nacional). O partido está disposto a oferecer Ovídeo De Angelis (Políticas Urbanas), cuja secretaria, com mais verbas, poderia se transformar em um Ministério do Desenvolvimento Urbano.
No PFL já se discutem reservadamente nomes para substituir os dois carlistas. O deputado José Carlos Fonseca (PFL-ES) é cotado para o lugar de Tourinho. O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), apesar de ainda oficialmente rompido com o Planalto, também aparece entre os ministeriáveis.
Oficialmente, o Palácio do Planalto diz que FHC não pensa em reforma ministerial. Reservadamente, porém, o presidente tem ouvido sugestões.
No PSDB, há um grupo que defende uma reformulação ampla, com a saída de peemedebistas a fim de diminuir o que chamam de arrogância de vitoriosos.
O ministro da Saúde, José Serra, porém, quer manter o espaço atual do PMDB. Não é por acaso que ele é o preferido dos peemedebistas para a sucessão, caso não tenham candidato próprio.
(KENNEDY ALENCAR e RAQUEL ULHÔA)
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