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24/02/2001 - 04h30

Governo tenta evitar reabertura do caso EJ

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DENISE MADUEÑO, da Folha de S.Paulo, em Brasília

O governo deflagrou uma operação com os líderes aliados no Congresso para evitar a reabertura de novas investigações em torno do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira. Dentro da estratégia, o próprio Eduardo Jorge enviará aos senadores os extratos bancários de suas contas e de sua mulher relativas a 1994 e 1998.

Ontem, o advogado de EJ, José Gerardo Grossi, entregou ao presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), carta do ex-assessor se comprometendo a encaminhar sua movimentação bancária na próxima semana, após o Carnaval. "Sempre que alguém ameaçou ou ameaçar mostrar qualquer coisa minha relacionada à corrupção, pode mostrar. Eu sei que não sou corrupto. Então, não tenho nada a temer. Essa é a minha convicção.
Ninguém vai me pegar", afirmou EJ.

A Folha apurou que EJ tomou a decisão após saber que essa era a vontade
do presidente FHC.

Com a entrega dos documentos, o governo dá argumentos a seus aliados para votar contra o pedido de quebra de sigilo bancário que será apresentado pelo líder do Bloco de Oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE).

"Quando se pede uma coisa e há resistência, toma-se uma decisão para quebrar essa resistência. Quando se pede uma coisa e se obtém, não há necessidade de nenhuma atitude no sentido de quebrar a resistência, porque não há resistência", afirmou Grossi, depois do encontro com Jader.

Em reunião com procuradores da República na segunda-feira passada, ACM teria afirmado que os dados sobre as contas de EJ estão incompletos.
Segundo teria dito o senador a procuradores, o que "pega" EJ são as movimentações bancárias de 94 e 98. ACM teria dito também que as investigações chegariam ao presidente.

As declarações de ACM levaram a oposição a retomar o pedido de investigação do caso EJ com a proposta de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

"O então presidente do Senado está dizendo que não permitiu que houvesse investigação e o Ministério Público não apurou. Não somos polícia, mas não podemos deixar de apurar esses escândalos. Chegamos no limite", disse o líder petista Walter Pinheiro (BA).

Ontem, aliados de FHC tentavam centrar a necessidade de investigação em ACM, livrando EJ. "É preciso encaminhar o assunto ao Conselho de Ética. Se algo mais houver a investigar, precisamos fazê-lo", disse o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).

O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse que FHC sinalizou aos aliados -com a demissão de dois ministros carlistas- que a relação mudou. "O presidente vai dar lealdade e respeito aos aliados e quer reciprocidade. Acabou a prática de ficar assinando pedido de CPI e depois retirar o nome. Tem de haver lealdade".
 

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