Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/02/2001 - 03h31

Procurador deve responder sobre gravação de conversa

Publicidade

ANDRÉA MICHAEL, da Folha de S.Paulo, em Brasília

O procurador Luiz Francisco de Souza passou o sábado de Carnaval refletindo sobre como irá responder ao ofício que recebeu da comissão de inquérito do Senado criada para investigar se o painel eletrônico da
Casa é ou não vulnerável a violações.

Ele ainda insiste em evitar comentários sobre a fita com o registro da conversa que manteve com o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Não digo que sim nem que não", afirmou acerca da existência da gravação.

Mas já sabe o que dirá sobre a vulnerabilidade do painel eletrônico. "Vou comunicar à comissão que acho fundamental fazer uma perícia no equipamento para ver se há garantias de que o voto é secreto mesmo. Mas acredito que, na conversa aqui na Procuradoria, o senador (ACM) falou mais por dedução do que por informação", afirmou.

Segundo Luiz Francisco, o senador baiano apresentou duas razões para explicar por que a senadora Heloísa Helena (PT-AL) teria votado contra a cassação do ex-senador Luiz Estevão.

Depois de dizer aos procuradores possuir "a lista de todo mundo que votou a favor e contra o Luiz Estevão", ACM descreveu suas justificativas. O senador disse ter ouvido no Congresso que a intenção de Heloísa era manter ACM e Estevão juntos no Senado para que um atacasse o outro, desgastando-se mutuamente.

Compromisso
Também pesara na sua decisão um suposto compromisso firmado com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Em troca de preservar Estevão, Calheiros a apoiaria numa eventual candidatura ao governo de Alagoas.

ACM confirmou a visita ao Ministério Público às 10h00 da manhã da segunda-feira. Restavam aos procuradores apenas duas horas para acertar os detalhes do encontro.

Surgiu, então, a dúvida: gravar ou não? Luiz Francisco era franco adepto da gravação. Os colegas hesitaram. Afinal, ACM era um convidado que, esperava-se, terminaria a reunião como um colaborador das investigações.

Ao mesmo tempo, havia o temor de que o senador criasse uma versão particular da conversa em benefício próprio. O grupo tentou um contato com diretores da Associação Nacional dos Procuradores. Sem sucesso e na iminência do encontro, ficou no ar o acerto sobre gravar ou não. Só ao final do encontro o grupo teve a certeza de que a conversa estava registrada.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página