Publicidade
Publicidade
05/03/2001
-
03h47
KENNEDY ALENCAR
RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo
Apesar de marcar reunião para amanhã a fim de tentar abrir o que chama de CPI da corrupção, a oposição não vê muitas chances de criar a Comissão Parlamentar de Inquérito para retomar as investigações sobre o caso EJ e demais acusações do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
A oposição avalia que a estratégia do governo de recuar da reforma ministerial ampla e dar prioridade à derrubada da CPI dificultará a obtenção das assinaturas necessárias, apurou a Folha.
Até hoje, a oposição obteve 109 das 171 adesões de deputados federais e 19 das 27 inscrições de senadores necessárias à abertura de uma CPI mista. Faltam 62 deputados e 8 senadores.
Desde a semana passada, quando soube que ACM voltaria a atacar, o presidente Fernando Henrique Cardoso combinou com os aliados estratégias contra a CPI. Exemplo: FHC recuou da intenção de ampla reforma ministerial para não desagradar ao PMDB e ao PPB e evitar que viessem a dar assinaturas para abertura da CPI. O PFL pedia a demissão de ministros desses dois partidos.
FHC optou por não criar "marola", como disse a um aliado, e está decidido a nomear os novos dois ministros pefelistas para dar cacife ao "PFL do B", ala que se opõe ACM no partido. O PFL se reúne na quinta-feira para discutir se fica com FHC ou ACM.
"Só a CPI chegará às provas e aos autores de crimes. Vamos lutar para conseguir as assinaturas. Queremos ver se ACM e seus parlamentares terão coragem de assinar", afirmou o líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA).
Segundo Pinheiro, o governo não quer a CPI "porque isso atingirá seus colaboradores em cheio". Ele duvida também que ACM a deseje: "Uma CPI pode tirar o palanque do ACM, que fica dando entrevistas, mas colaborou para acobertar o caso EJ".
Diante da impossibilidade de uma CPI ampla, o senador José Eduardo Dutra (SE), líder do PT no Senado, defende a abertura de "pelo menos uma investigação específica", embora o ideal seria tentar investigar tudo.
Na reunião, a oposição discutirá quais temas serão incluídos no requerimento de abertura dos trabalhos.
A CPI seria criada para investigar o caso EJ (Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência suspeito de tráfico de influência), as acusações de corrupção na Sudam e no DNER (órgãos que estavam sob comando peemedebista), os requerimentos do PMDB contra ações de ACM e seus afilhados políticos e Ricardo Sérgio (ex-diretor do Banco do Brasil, suspeito de tráfico de influência na privatização das teles).
O deputado federal Vivaldo Barbosa (PDT-RJ) disse que está "fazendo um rascunho" do requerimento para tentar contemplar todas essas investigações.
Para o governo, quanto mais a oposição ampliar o leque de investigações, mais fácil ficará para impedir a criação da CPI.
O advogado de EJ, José Gerardo Grossi, prometeu entregar ao Senado na quarta-feira os sigilos bancários de seu cliente de 1994 e uma parte do de 1998 que ainda não foi apresentada. Grossi já havia entregue o sigilo bancário de 1995 até a metade de 1998 - período no qual EJ ocupou a Secretaria Geral da Presidência.
O advogado também promete apresentar, mais à frente, o sigilo telefônico dos números de EJ no Planalto (1995-98) e na pasta da Fazenda (1994, quando assessorou o então ministro FHC).
Leia mais sobre a crise no governo
Oposição já não crê em CPI da corrupção
Publicidade
RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo
Apesar de marcar reunião para amanhã a fim de tentar abrir o que chama de CPI da corrupção, a oposição não vê muitas chances de criar a Comissão Parlamentar de Inquérito para retomar as investigações sobre o caso EJ e demais acusações do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
A oposição avalia que a estratégia do governo de recuar da reforma ministerial ampla e dar prioridade à derrubada da CPI dificultará a obtenção das assinaturas necessárias, apurou a Folha.
Até hoje, a oposição obteve 109 das 171 adesões de deputados federais e 19 das 27 inscrições de senadores necessárias à abertura de uma CPI mista. Faltam 62 deputados e 8 senadores.
Desde a semana passada, quando soube que ACM voltaria a atacar, o presidente Fernando Henrique Cardoso combinou com os aliados estratégias contra a CPI. Exemplo: FHC recuou da intenção de ampla reforma ministerial para não desagradar ao PMDB e ao PPB e evitar que viessem a dar assinaturas para abertura da CPI. O PFL pedia a demissão de ministros desses dois partidos.
FHC optou por não criar "marola", como disse a um aliado, e está decidido a nomear os novos dois ministros pefelistas para dar cacife ao "PFL do B", ala que se opõe ACM no partido. O PFL se reúne na quinta-feira para discutir se fica com FHC ou ACM.
"Só a CPI chegará às provas e aos autores de crimes. Vamos lutar para conseguir as assinaturas. Queremos ver se ACM e seus parlamentares terão coragem de assinar", afirmou o líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA).
Segundo Pinheiro, o governo não quer a CPI "porque isso atingirá seus colaboradores em cheio". Ele duvida também que ACM a deseje: "Uma CPI pode tirar o palanque do ACM, que fica dando entrevistas, mas colaborou para acobertar o caso EJ".
Diante da impossibilidade de uma CPI ampla, o senador José Eduardo Dutra (SE), líder do PT no Senado, defende a abertura de "pelo menos uma investigação específica", embora o ideal seria tentar investigar tudo.
Na reunião, a oposição discutirá quais temas serão incluídos no requerimento de abertura dos trabalhos.
A CPI seria criada para investigar o caso EJ (Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência suspeito de tráfico de influência), as acusações de corrupção na Sudam e no DNER (órgãos que estavam sob comando peemedebista), os requerimentos do PMDB contra ações de ACM e seus afilhados políticos e Ricardo Sérgio (ex-diretor do Banco do Brasil, suspeito de tráfico de influência na privatização das teles).
O deputado federal Vivaldo Barbosa (PDT-RJ) disse que está "fazendo um rascunho" do requerimento para tentar contemplar todas essas investigações.
Para o governo, quanto mais a oposição ampliar o leque de investigações, mais fácil ficará para impedir a criação da CPI.
O advogado de EJ, José Gerardo Grossi, prometeu entregar ao Senado na quarta-feira os sigilos bancários de seu cliente de 1994 e uma parte do de 1998 que ainda não foi apresentada. Grossi já havia entregue o sigilo bancário de 1995 até a metade de 1998 - período no qual EJ ocupou a Secretaria Geral da Presidência.
O advogado também promete apresentar, mais à frente, o sigilo telefônico dos números de EJ no Planalto (1995-98) e na pasta da Fazenda (1994, quando assessorou o então ministro FHC).
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice