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08/03/2001 - 04h22

Mais depósitos ligam Jader ao Banpará

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ALEX RIBEIRO, da Folha de S.Paulo, em Brasília

Mais dois depósitos na conta corrente do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), estabelecem sua ligação com o suposto desvio de recursos do Banpará (Banco do Estado do Pará), segundo relatório da fiscalização do Banco Central.

Em 29 de novembro de 1984, a conta corrente que Barbalho mantinha na agência Jardim Botânico do Banco Itaú recebeu um depósito de Cr$ 4.481.088,00.

Segundo rastreamento do BC, o dinheiro tinha duas origens: recursos desviados do Banpará e uma série de cheques emitidos por pessoas não identificadas.

Do Banpará foram desviados Cr$ 800 milhões, por meio de dois cheques administrativos, com o valor de Cr$ 400 milhões cada.

O dinheiro saiu a pretexto de pagar rendimentos de aplicações financeiras feitas por clientes do Banpará. Mas o relatório diz que essas aplicações nunca existiram e que, na verdade, o dinheiro foi desviado do banco.

Depósito

O outro depósito na conta de Barbalho (Cr$ 196.706,00) ocorreu em 7 de novembro de 1984, segundo relatório elaborado pelo inspetor do BC Abrahão Patruni Júnior em 1990.

O dinheiro teve duas origens: recursos desviados da conta que o Fundepará (Fundo de Desenvolvimento do Estado do Pará) mantinha no Banpará e uma série de cheques emitidos por pessoas não identificadas.

O dinheiro foi desviado do Fundepará por meio de três cheques administrativos do Banpará.

A fiscalização do BC rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que, na verdade, os recursos saíram da conta de reservas bancárias - uma espécie de conta corrente que todos os bancos são obrigados a manter no BC.

Pelo relatório, o dinheiro foi transferido da conta de reservas bancárias para a conta do Fundepará. E, dessa conta, o dinheiro foi desviado para a agência Jardim Botânico do Itaú, por meio de três cheques administrativos.

Outras quatro operações ligam Barbalho ao desvio de recursos, segundo Patruni. Em duas delas, o então governador do Pará investiu recursos próprios em aplicações ao portador que, no mesmo dia, foram alimentadas por recursos desviados pelo Banpará.

Rastreamento

Todas as seis operações constam do primeiro relatório elaborado por Patruni, em 1990.

Em seguida, o mesmo fiscal fez o rastreamento dos recursos desviados do Banpará e descobriu que, depois de investidos em aplicações ao portador na agência Jardim Botânico do Itaú, os recursos foram levantados por Barbalho, seus familiares e pessoas e empresas a ele ligadas.

Tais conclusões estão em um segundo relatório elaborado pelo BC, cuja íntegra ainda não foi tornada pública.

Barbalho e o Ministério Público do Pará pediram cópias dos relatórios ao BC. A instituição está avaliando os pedidos e deve dar uma resposta nos próximos dias.
 

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