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09/03/2001 - 03h22

PFL demonstra unidade e evita críticas a ACM

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RAQUEL ULHÔA e ANDRÉA MICHAEL, da Folha de S.Paulo, em Brasília

O PFL deu ontem uma demonstração de unidade partidária e sinalizou ao Palácio do Planalto que não vai aceitar perder espaço na aliança que dá sustentação parlamentar ao governo para chegar forte às eleições de 2002.

A Executiva Nacional do partido não execrou o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), como o Planalto esperava, e encontrou uma fórmula de dar aval genérico ao programa de governo lançado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso -permitindo, ao mesmo tempo, brechas para discordâncias pontuais.

ACM e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que vinham manifestando publicamente suas divergências, selaram uma aliança tática para evitar o racha no partido e manter o apoio ao governo.

Numa reunião de apenas 40 minutos, em que não se tocou em temas polêmicos como a reforma ministerial, os dois líderes pefelistas trocaram elogios e a executiva aprovou uma resolução que deixa claro o respeito às posições de ACM contra o governo, em vez de enquadrá-lo.

""O PFL, fiel à sua natureza democrática, soube e saberá sempre conviver com as diferenças de opinião e a liberdade de pensamento, valorizar e prestigiar suas lideranças, ainda quando divergem, servindo, incondicionalmente, ao interesse público", diz a resolução.

""A nota do PFL mostra que o partido não se acocora, mas também não dá uma de macaco em casa de louça", afirmou o senador José Agripino (RN), um dos vice-presidentes da legenda.

""O senador Antonio Carlos fica no partido. A liberdade de pensamento faz parte de um partido plural", disse Bornhausen.

Articulada por deputados e senadores pefelistas, a pacificação dos dois líderes do partido contou com a intervenção decisiva do vice-presidente da República, Marco Maciel, que os reuniu na noite da quarta-feira no Palácio do Jaburu.Foi o primeiro encontro dos dois desde que o presidente do PFL divulgou nota reprovando o encontro do senador baiano com três procuradores do Distrito Federal. ""Aplainamos o caminho", disse ACM, sobre a reunião.

""O partido deu uma demonstração de coerência e unidade", afirmou Maciel, ao deixar a reunião da executiva.

"As divergências são públicas e, dentro dos limites do bom senso e da responsabilidade, administradas e respeitadas dentro do partido", disse o deputado Gilberto Kassab (PFL-SP).

Com um discurso partidário, vinculando a sua luta contra a corrupção ao fortalecimento do PFL, ACM foi muito aplaudido.

Disse que os ministros do PMDB estão usando dinheiro público para fortalecer o partido nos Estados e fez uma previsão sombria do desempenho do PFL em 2002, caso essa situação continue.

ACM defendeu de forma veemente que os ministros do PFL atuem de forma mais partidária, atendendo aos interesses de correligionários nos Estados.

O senador Bornhausen discursou antes de ACM e fez um pedido de desculpas velado ao senador baiano pela censura feita na nota pública. O presidente do PFL exaltou a importância para o partido do senador baiano e do deputado Luís Eduardo, filho de ACM morto em abril de 98.

A resolução aprovada pela executiva, elaborada pelo deputado Roberto Brant (MG), lembra que o PFL sempre apoiou FHC porque o presidente incorporou os fundamentos do programa do partido. Lembra ainda que os votos do PFL no Congresso foram decisivos para a aprovação das reformas propostas pelo governo.

Quanto ao Programa de Ação apresentado nesta semana aos partidos aliados, a executiva do PFL diz que ele converge, ""em suas linhas gerais", para o programa do partido e que as "melhores ações" propostas têm origem em iniciativas de lideranças do PFL.
 

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