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24/03/2001
-
02h57
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse aos senadores para quem telefonou que a CPI pretendida pela oposição é "artificial", porque parte das denúncias não se refere ao governo.
Mas o apelo do presidente não sensibilizou os senadores José Fogaça (PMDB-RS) e José Alencar (PMDB-MG). Alencar disse que vai assinar a CPI da corrupção terça-feira. Fogaça, que já assinou o pedido, afirmou que não recua.
FHC telefonou para os dois anteontem. Segundo Fogaça, o presidente argumentou que a instalação da CPI poderia criar uma imagem errada do Brasil no exterior: a de que o país se transformou em um mar de lama.
O senador disse que concorda com FHC no que diz respeito à quantidade de denúncias incluídas pela oposição no requerimento de criação da CPI.
"Muitas coisas já passaram pelo Senado e estão no âmbito da Justiça e do Ministério Público", afirmou o senador, citando o caso que envolve o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge.
"Eu não concordo com essa, mas isso não é razão para não assinar a CPI", afirmou. Fogaça disse que FHC "teve a delicadeza" de não lhe pedir que retirasse a assinatura.
No dia seguinte ao da conversa com FHC, a primeira providência de Alencar foi telefonar às 7h30 para o líder do bloco da oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE), marcando sua assinatura para terça-feira. O
senador mineiro não revelou o conteúdo da conversa com o presidente, mas deixou claro que não mudou de idéia. "Vou assinar por uma questão de coerência. Na minha campanha, combati muito a impunidade."
Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos primeiros governistas a assinar o pedido, a CPI "está perto de sair". Simon disse que o governo "dificilmente conseguirá barrar" a CPI. Na sua opinião, a assinatura do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), vai influenciar outros peemedebistas.
"O presidente (FHC), pelas informações que recebi, tem feito apelos dramáticos (para que os aliados não apóiem a CPI), inclusive invocando o suicídio de Getúlio Vargas. Não acho que a situação seja tão grave", afirmou.
FHC não telefonou para Simon, que tem como norma assinar todos os pedidos de CPIs.
O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), criticou Simon ao saber que ele fez referência à suposta declaração de FHC sobre o suicídio de Getúlio Vargas.
"Quando o senador Simon tenta recorrer à história para ressuscitar uma tragédia numa sexta-feira sem notícia, está demonstrando vontade de aparecer (na imprensa) e mostra que, no tempo presente, não há tragédias a serem comentadas", disse o líder.
Arruda negou que FHC tenha, em qualquer ocasião, comparado a sua situação à de Vargas.
CPI é artificial, diz FHC a senadores
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O presidente Fernando Henrique Cardoso disse aos senadores para quem telefonou que a CPI pretendida pela oposição é "artificial", porque parte das denúncias não se refere ao governo.
Mas o apelo do presidente não sensibilizou os senadores José Fogaça (PMDB-RS) e José Alencar (PMDB-MG). Alencar disse que vai assinar a CPI da corrupção terça-feira. Fogaça, que já assinou o pedido, afirmou que não recua.
FHC telefonou para os dois anteontem. Segundo Fogaça, o presidente argumentou que a instalação da CPI poderia criar uma imagem errada do Brasil no exterior: a de que o país se transformou em um mar de lama.
O senador disse que concorda com FHC no que diz respeito à quantidade de denúncias incluídas pela oposição no requerimento de criação da CPI.
"Muitas coisas já passaram pelo Senado e estão no âmbito da Justiça e do Ministério Público", afirmou o senador, citando o caso que envolve o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge.
"Eu não concordo com essa, mas isso não é razão para não assinar a CPI", afirmou. Fogaça disse que FHC "teve a delicadeza" de não lhe pedir que retirasse a assinatura.
No dia seguinte ao da conversa com FHC, a primeira providência de Alencar foi telefonar às 7h30 para o líder do bloco da oposição, senador José Eduardo Dutra (PT-SE), marcando sua assinatura para terça-feira. O
senador mineiro não revelou o conteúdo da conversa com o presidente, mas deixou claro que não mudou de idéia. "Vou assinar por uma questão de coerência. Na minha campanha, combati muito a impunidade."
Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos primeiros governistas a assinar o pedido, a CPI "está perto de sair". Simon disse que o governo "dificilmente conseguirá barrar" a CPI. Na sua opinião, a assinatura do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), vai influenciar outros peemedebistas.
"O presidente (FHC), pelas informações que recebi, tem feito apelos dramáticos (para que os aliados não apóiem a CPI), inclusive invocando o suicídio de Getúlio Vargas. Não acho que a situação seja tão grave", afirmou.
FHC não telefonou para Simon, que tem como norma assinar todos os pedidos de CPIs.
O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), criticou Simon ao saber que ele fez referência à suposta declaração de FHC sobre o suicídio de Getúlio Vargas.
"Quando o senador Simon tenta recorrer à história para ressuscitar uma tragédia numa sexta-feira sem notícia, está demonstrando vontade de aparecer (na imprensa) e mostra que, no tempo presente, não há tragédias a serem comentadas", disse o líder.
Arruda negou que FHC tenha, em qualquer ocasião, comparado a sua situação à de Vargas.
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