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03/04/2001 - 03h13

ACM afirma ser causa de criação de corregedoria

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) considerou "louvável" a criação de uma Corregedoria Geral da União, mas disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso só tomou essa atitude por causa de suas denúncias de corrupção no governo.

ACM afirmou que o presidente "não tem humildade" para reconhecer que criou o novo órgão por causa de sua "grita". E fez um alerta: "Se (a corregedoria) não funcionar, é malandragem". Para o senador, FHC foi "leniente" com a corrupção em seu governo e, se tivesse tomado essa atitude antes, a situação não teria "se agravado tanto".

Já o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), principal opositor de ACM, afirmou que FHC foi "oportuno" e "didático" ao tratar da questão do combate à corrupção. "É um direito político do presidente dar sua versão dos fatos. A sociedade brasileira merecia essa exposição e a providência que o presidente tomou foi correta", disse.

Segundo ACM, a medida tomada pelo presidente não será suficiente para impedir a criação da CPI da corrupção.

"Não se pode dizer que a CPI está sepultada. Acho que deve ter uma CPI. A CPI instalada seria melhor para o presidente. Ele ainda vai pagar um preço alto por não fazê-la", disse o senador.

Apesar do discurso em defesa da CPI, ACM ainda não garantiu os votos dos deputados que seguem sua orientação política no pedido que propõe sua criação. "Se for necessário para a CPI, darei o sinal (para que os carlistas assinem). Se não for, não darei".

O senador negou que dará uma trégua a FHC, apesar de elogiar sua atitude de dar uma satisfação à sociedade de que há corrupção no governo e de que ele quer combatê-la. "Continuo em uma posição de independência em relação ao governo. O trombone tocará quando for necessário", disse, referindo-se à declaração de FHC de que é um "trombone isolado".

ACM começou a entrevista cauteloso, mas acabou fazendo críticas a FHC, principalmente ao comentar o fato de o presidente tê-lo vinculado ao regime militar no pronunciamento de ontem.

"O presidente Fernando Henrique foi mais beneficiado pelo regime militar que muita gente que estava sofrendo naquele tempo. O regime militar lhe deu uma aposentadoria muito boa."

ACM disse ainda que FHC está cercado de pessoas oriundas do regime militar, como o ministro Pratini de Moraes (Agricultura), o vice-presidente Marco Maciel e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). "Ele está com uma equipe mista".

O líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), afirmou que FHC quer tirar o foco da CPI da corrupção ao criar a Corregedoria Geral. "Ele está pressionado pela opinião pública que identifica corrupção no governo e tomou a iniciativa para evitar a CPI", disse.

A oposição vai insistir na criação da CPI. Na Câmara, os líderes de oposição vão tentar obter pelo menos 12 assinaturas na bancada do PL e 15 entre os carlistas.

Para a criação da CPI mista são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado. A oposição conseguiu o apoio de 25 senadores e 144 deputados.

Os governistas aproveitaram o ato do presidente para reforçar o discurso contrário à criação da CPI. "Isso acaba com a demagogia e o palanque eleitoral. A corrupção existe em todos os governos. Temos de combatê-la, mas não com demagogia", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
 

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