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05/04/2001
-
03h00
DENISE MADUEÑO
da Folha de S.Paulo
A oposição vai divulgar hoje os nomes dos deputados e dos senadores que assinaram e dos que não assinaram o pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção, em manifestação pública para se contrapor à operação-abafa do governo.
A Folha obteve a lista que será fixada hoje nos mastros das bandeiras que representam os 26 Estados e o Distrito Federal em frente ao Congresso. Os banners estavam sendo impressos ontem em uma pequena gráfica de Brasília.
Os nomes, por Estado, serão expostos em painéis durante o ato a favor da CPI, organizado pelos partidos de oposição e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). Os organizadores esperam reunir de 2.000 a 3.000 pessoas hoje em Brasília, às 9h.
Com a manifestação pública, os partidos de oposição tentam pressionar os parlamentares por meio do constrangimento para obter as assinaturas restantes para criar a comissão.
A pressão do presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu evitar que os senadores e os deputados dos partidos aliados assinassem a CPI.
A lista que será exposta hoje tem o nome de 16 deputados do PMDB, 2 do PPB, 10 do PFL e 1 do PTB. No Senado, a oposição conseguiu as assinaturas de 6 senadores do PMDB e de 3 do PFL.
Para criar a CPI mista, são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores. Com o apoio dos partidos de oposição, a lista de assinaturas soma 144 deputados e 25 senadores.
No Mato Grosso, nenhum parlamentar assinou o pedido de CPI. Em números absolutos, o campeão de adesão foi São Paulo, que teve 27 deputados e 1 senador a favor do pedido.
No Rio Grande do Sul, 20 deputados e os 3 senadores referendaram a CPI. No Rio de Janeiro, 17 deputados e 2 senadores chancelaram o requerimento.
Na Câmara, a oposição depende do PL e dos deputados que seguem a orientação política do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), os chamados carlistas, para conseguir o total de adesões.
Para chegar aos 171, a oposição tenta o apoio de 12 deputados do PL e de 15 carlistas. No bloco PL/PSL, que está negociando com o governo antes de decidir se apóia ou não a CPI, 6 deputados do total de 21 assinaram.
"Vamos esperar esta semana para ver como repercute a corregedoria criada pelo presidente para apurar as denúncias", afirmou o deputado Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP). O deputado tenta convencer a bancada a apoiar o governo e não assinar o requerimento de CPI.
Na segunda-feira passada, FHC nomeou a procuradora Anadyr Rodrigues para apurar supostas irregularidades envolvendo o governo federal.
A lista da CPI chama a atenção também pelas assinaturas ausentes. O deputado Magno Malta (PST-ES), que presidiu a CPI do Narcotráfico, declarou que assinaria o pedido, mas não o fez.
Carlistas esperam o sinal verde de ACM para assinar. Até agora, 4 deputados do PFL baiano e 1 do PL assinaram o pedido de CPI.
O deputado Paulo Magalhães (PFL-BA), sobrinho de ACM e um dos primeiros do PFL a assinar o pedido de CPI, disse que os carlistas saberão o momento de dar o aval para a investigação.
Houve ausência também na oposição. O deputado Cornélio Ribeiro (PSB-RJ) não assinou o pedido. Ontem, a Folha deixou recado com um assessor de Ribeiro, que atendeu o seu celular. Ribeiro não respondeu ao recado.
No Senado, além do próprio ACM, os senadores pefelistas baianos Waldeck Ornélas e Paulo Souto já assinaram.
A CPI da corrupção foi novamente bombardeada ontem pelo presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Jader foi um dos seis senadores do PMDB que assinaram o requerimento, mas sempre disse ter sido forçado a isso, por estar citado no pedido.
Jader disse que a CPI é inviável, pela quantidade e diversidade dos casos a serem investigados. Para ele, o Congresso não teria condições de apurar todos os casos.
Considerando a movimentação pela criação da CPI um ''factóide político'' que prejudica o país, o senador disse que as investigações devem ser cobradas dos órgãos responsáveis.
Oposição divulga lista a favor da CPI da Corrupção
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da Folha de S.Paulo
A oposição vai divulgar hoje os nomes dos deputados e dos senadores que assinaram e dos que não assinaram o pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção, em manifestação pública para se contrapor à operação-abafa do governo.
A Folha obteve a lista que será fixada hoje nos mastros das bandeiras que representam os 26 Estados e o Distrito Federal em frente ao Congresso. Os banners estavam sendo impressos ontem em uma pequena gráfica de Brasília.
Os nomes, por Estado, serão expostos em painéis durante o ato a favor da CPI, organizado pelos partidos de oposição e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). Os organizadores esperam reunir de 2.000 a 3.000 pessoas hoje em Brasília, às 9h.
Com a manifestação pública, os partidos de oposição tentam pressionar os parlamentares por meio do constrangimento para obter as assinaturas restantes para criar a comissão.
A pressão do presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu evitar que os senadores e os deputados dos partidos aliados assinassem a CPI.
A lista que será exposta hoje tem o nome de 16 deputados do PMDB, 2 do PPB, 10 do PFL e 1 do PTB. No Senado, a oposição conseguiu as assinaturas de 6 senadores do PMDB e de 3 do PFL.
Para criar a CPI mista, são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores. Com o apoio dos partidos de oposição, a lista de assinaturas soma 144 deputados e 25 senadores.
No Mato Grosso, nenhum parlamentar assinou o pedido de CPI. Em números absolutos, o campeão de adesão foi São Paulo, que teve 27 deputados e 1 senador a favor do pedido.
No Rio Grande do Sul, 20 deputados e os 3 senadores referendaram a CPI. No Rio de Janeiro, 17 deputados e 2 senadores chancelaram o requerimento.
Na Câmara, a oposição depende do PL e dos deputados que seguem a orientação política do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), os chamados carlistas, para conseguir o total de adesões.
Para chegar aos 171, a oposição tenta o apoio de 12 deputados do PL e de 15 carlistas. No bloco PL/PSL, que está negociando com o governo antes de decidir se apóia ou não a CPI, 6 deputados do total de 21 assinaram.
"Vamos esperar esta semana para ver como repercute a corregedoria criada pelo presidente para apurar as denúncias", afirmou o deputado Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP). O deputado tenta convencer a bancada a apoiar o governo e não assinar o requerimento de CPI.
Na segunda-feira passada, FHC nomeou a procuradora Anadyr Rodrigues para apurar supostas irregularidades envolvendo o governo federal.
A lista da CPI chama a atenção também pelas assinaturas ausentes. O deputado Magno Malta (PST-ES), que presidiu a CPI do Narcotráfico, declarou que assinaria o pedido, mas não o fez.
Carlistas esperam o sinal verde de ACM para assinar. Até agora, 4 deputados do PFL baiano e 1 do PL assinaram o pedido de CPI.
O deputado Paulo Magalhães (PFL-BA), sobrinho de ACM e um dos primeiros do PFL a assinar o pedido de CPI, disse que os carlistas saberão o momento de dar o aval para a investigação.
Houve ausência também na oposição. O deputado Cornélio Ribeiro (PSB-RJ) não assinou o pedido. Ontem, a Folha deixou recado com um assessor de Ribeiro, que atendeu o seu celular. Ribeiro não respondeu ao recado.
No Senado, além do próprio ACM, os senadores pefelistas baianos Waldeck Ornélas e Paulo Souto já assinaram.
A CPI da corrupção foi novamente bombardeada ontem pelo presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Jader foi um dos seis senadores do PMDB que assinaram o requerimento, mas sempre disse ter sido forçado a isso, por estar citado no pedido.
Jader disse que a CPI é inviável, pela quantidade e diversidade dos casos a serem investigados. Para ele, o Congresso não teria condições de apurar todos os casos.
Considerando a movimentação pela criação da CPI um ''factóide político'' que prejudica o país, o senador disse que as investigações devem ser cobradas dos órgãos responsáveis.
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