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05/04/2001
-
03h43
KENNEDY ALENCAR, da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB), sabia desde a semana passada que o BC (Banco Central) e, por extensão, o Ministério Público do Pará o isentariam de culpa no caso Banpará.
Jader recebeu do Banco Central uma certidão que diz que, desde 6 de maio de 1992, havia sido excluído da lista de beneficiários do desvio de recursos do Banpará, banco estadual. Jader governou o Estado na época do desvio no Banpará, entre 1983 e 1987.
O presidente Fernando Henrique Cardoso e dois ministros também tiveram ciência da conclusão do BC, que é positiva politicamente para Jader e o PMDB.
Discretamente, auxiliares de FHC comemoraram o desfecho. O presidente avaliava que a enorme fragilidade de Jader não era positiva para seu governo.
Uma vez dado o apoio de bastidor para eleger Jader presidente do Senado, um aliado ferido em cargo tão importante ameaçava a governabilidade.
A fraqueza política de Jader, que diminui com a isenção de culpa direta no caso Banpará, estava gerando instabilidade na base de apoio a FHC e quase permitiu a criação da CPI da corrupção.
Desde que assumiu o cargo, Jader é instado diariamente a explicar o caso Banpará. Segundo um relatório parcial do inspetor do BC Abrahão Patruni Jr., elaborado em 27 de abril de 1990, Jader e familiares teriam sido beneficiados pelo desvio de recursos.
Certidão
A certidão que Jader obteve na semana passada mostra que, em maio de 1992, o BC desconsiderou o relatório de Patruni. "Foi sonegada a mim uma informação. Como não sabia que meu nome foi excluído da investigação do Banpará em 1992, não pude me defender", disse.
Segundo o senador, em 1996, quando tentou criar a CPI dos Bancos, seu suposto envolvimento no caso Banpará foi usado contra ele. "Poderia ter me defendido muito antes. Em 96, levantaram essa história. Fui linchado sem saber do que supostamente estava sendo acusado. Agora, depois da eleição para a presidência do Senado, fui pressionado do mesmo jeito",
declarou.
Em tom de desabafo, disse ontem à Folha: "Minha vida estava em jogo. Agora, tenho a melhor resposta para meus inimigos".
FHC
Na quarta-feira da semana passada, quando FHC e Jader se encontraram a sós, o peemedebista disse ao presidente que obtivera do Banco Central uma certidão que o livrava de culpa no caso Banpará. O presidente teria se mostrado surpreso.
Na realidade, FHC já sabia. Segundo a Folha apurou, o presidente teve ciência da isenção de Jader quando o BC, provocado por requerimento do presidente do Senado, lhe enviou a resposta.
Na sexta-feira passada, por exemplo, dois ministros do presidente Fernando Henrique Cardoso comentaram com auxiliares que uma decisão do Banco Central contribuiria para pacificar a base aliada, acalmando o PMDB, e que, por tabela, enterraria a CPI da corrupção.
Aviso
A versão que circula entre peemedebistas é que Jader, há cerca de um mês, foi avisado por um funcionário do BC de que, desde 1992, havia a decisão da instituição que tirava dele responsabilidade pelo desvio de
recursos.
Jader enviou o requerimento ao BC e aguardou. Quando o banco enviou todos os documentos sobre o caso para o Ministério Público do Pará, o peemedebista recebeu a resposta do BC e se acalmou pessoal e politicamente.
Evitou divulgá-la para não parecer que tramara uma saída com o governo. No entanto, o fato contribuiu para o PMDB ajudar Fernando Henrique Cardoso a sepultar a CPI da corrupção.
Senador sabia que BC o isentaria de culpa no caso Banpará
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O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB), sabia desde a semana passada que o BC (Banco Central) e, por extensão, o Ministério Público do Pará o isentariam de culpa no caso Banpará.
Jader recebeu do Banco Central uma certidão que diz que, desde 6 de maio de 1992, havia sido excluído da lista de beneficiários do desvio de recursos do Banpará, banco estadual. Jader governou o Estado na época do desvio no Banpará, entre 1983 e 1987.
O presidente Fernando Henrique Cardoso e dois ministros também tiveram ciência da conclusão do BC, que é positiva politicamente para Jader e o PMDB.
Discretamente, auxiliares de FHC comemoraram o desfecho. O presidente avaliava que a enorme fragilidade de Jader não era positiva para seu governo.
Uma vez dado o apoio de bastidor para eleger Jader presidente do Senado, um aliado ferido em cargo tão importante ameaçava a governabilidade.
A fraqueza política de Jader, que diminui com a isenção de culpa direta no caso Banpará, estava gerando instabilidade na base de apoio a FHC e quase permitiu a criação da CPI da corrupção.
Desde que assumiu o cargo, Jader é instado diariamente a explicar o caso Banpará. Segundo um relatório parcial do inspetor do BC Abrahão Patruni Jr., elaborado em 27 de abril de 1990, Jader e familiares teriam sido beneficiados pelo desvio de recursos.
Certidão
A certidão que Jader obteve na semana passada mostra que, em maio de 1992, o BC desconsiderou o relatório de Patruni. "Foi sonegada a mim uma informação. Como não sabia que meu nome foi excluído da investigação do Banpará em 1992, não pude me defender", disse.
Segundo o senador, em 1996, quando tentou criar a CPI dos Bancos, seu suposto envolvimento no caso Banpará foi usado contra ele. "Poderia ter me defendido muito antes. Em 96, levantaram essa história. Fui linchado sem saber do que supostamente estava sendo acusado. Agora, depois da eleição para a presidência do Senado, fui pressionado do mesmo jeito",
declarou.
Em tom de desabafo, disse ontem à Folha: "Minha vida estava em jogo. Agora, tenho a melhor resposta para meus inimigos".
FHC
Na quarta-feira da semana passada, quando FHC e Jader se encontraram a sós, o peemedebista disse ao presidente que obtivera do Banco Central uma certidão que o livrava de culpa no caso Banpará. O presidente teria se mostrado surpreso.
Na realidade, FHC já sabia. Segundo a Folha apurou, o presidente teve ciência da isenção de Jader quando o BC, provocado por requerimento do presidente do Senado, lhe enviou a resposta.
Na sexta-feira passada, por exemplo, dois ministros do presidente Fernando Henrique Cardoso comentaram com auxiliares que uma decisão do Banco Central contribuiria para pacificar a base aliada, acalmando o PMDB, e que, por tabela, enterraria a CPI da corrupção.
Aviso
A versão que circula entre peemedebistas é que Jader, há cerca de um mês, foi avisado por um funcionário do BC de que, desde 1992, havia a decisão da instituição que tirava dele responsabilidade pelo desvio de
recursos.
Jader enviou o requerimento ao BC e aguardou. Quando o banco enviou todos os documentos sobre o caso para o Ministério Público do Pará, o peemedebista recebeu a resposta do BC e se acalmou pessoal e politicamente.
Evitou divulgá-la para não parecer que tramara uma saída com o governo. No entanto, o fato contribuiu para o PMDB ajudar Fernando Henrique Cardoso a sepultar a CPI da corrupção.
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