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20/04/2001
-
08h47
da Folha de S.Paulo
O depoimento da ex-diretora do centro de processamento de dados do Senado Regina Célia Borges paralisou a coleta de assinaturas para a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção.
A própria oposição não avaliava os reflexos do depoimento na CPI. "É difícil avaliar. O depoimento desestabiliza o Senado. O clima é de explosão, de eletricidade permanente. Pode acontecer tudo no Senado", afirmou o líder do bloco de oposição na Casa, José Eduardo Dutra (PT-SE), durante o intervalo do depoimento.
Ontem, a oposição na Câmara permaneceu no mesmo número de adesões registrada no dia anterior -151-, faltando 20 assinaturas para concluir o número exigido de 171. No Senado, o pedido já obteve as 27 assinaturas necessárias à instalação.
O governo conseguiu avançar pouco na operação para esvaziar a CPI. O clima de paralisia também preponderou no Executivo. Mas o Palácio do Planalto não ficou parado. O ministro Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral) marcou uma reunião para a próxima semana com líderes do PPB no Legislativo.
O vice-líder do PPB na Câmara Pedro Corrêa (PE) afirmou ontem que o deputado Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP) retirou a assinatura no pedido de CPI. A assessoria do deputado negou o fato.
Para Corrêa, o depoimento de Regina Célia Borges prejudica a oposição na intenção de levar adiante as investigações no Congresso. "A CPI [tentativa de criação" parou. Todo mundo está abismado. Se continuar assim, não haverá CPI", disse.
Entre os argumentos desfavoráveis à CPI, o governo aponta o depoimento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) de que sabia previamente da possibilidade de quebra do sigilo de painel eletrônico. Dutra é o principal articulador do requerimento de abertura da CPI e teria sua posição fragilizada por não ter tornado público antes o que sabia.
Apesar de não ter havido nenhuma nova assinatura ontem, o líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), disse que o depoimento favorece a criação da CPI, porque reforça a tese de que é preciso investigar outras denúncias.
"O ambiente é bom no Congresso para a CPI", disse Pinheiro. O líder petista criticou as declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso contrárias à CPI da corrupção.
FHC disse que o Congresso precisa "primeiro arrumar a [própria" casa" antes de propor CPI. Para Pinheiro, a crise no Senado foi criada pelo próprio presidente. "O líder [José Roberto Arruda" é do governo e integra o PSDB", disse Pinheiro.
Depoimento pára esforço pró-CPI
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O depoimento da ex-diretora do centro de processamento de dados do Senado Regina Célia Borges paralisou a coleta de assinaturas para a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção.
A própria oposição não avaliava os reflexos do depoimento na CPI. "É difícil avaliar. O depoimento desestabiliza o Senado. O clima é de explosão, de eletricidade permanente. Pode acontecer tudo no Senado", afirmou o líder do bloco de oposição na Casa, José Eduardo Dutra (PT-SE), durante o intervalo do depoimento.
Ontem, a oposição na Câmara permaneceu no mesmo número de adesões registrada no dia anterior -151-, faltando 20 assinaturas para concluir o número exigido de 171. No Senado, o pedido já obteve as 27 assinaturas necessárias à instalação.
O governo conseguiu avançar pouco na operação para esvaziar a CPI. O clima de paralisia também preponderou no Executivo. Mas o Palácio do Planalto não ficou parado. O ministro Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral) marcou uma reunião para a próxima semana com líderes do PPB no Legislativo.
O vice-líder do PPB na Câmara Pedro Corrêa (PE) afirmou ontem que o deputado Arnaldo Faria de Sá (PPB-SP) retirou a assinatura no pedido de CPI. A assessoria do deputado negou o fato.
Para Corrêa, o depoimento de Regina Célia Borges prejudica a oposição na intenção de levar adiante as investigações no Congresso. "A CPI [tentativa de criação" parou. Todo mundo está abismado. Se continuar assim, não haverá CPI", disse.
Entre os argumentos desfavoráveis à CPI, o governo aponta o depoimento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) de que sabia previamente da possibilidade de quebra do sigilo de painel eletrônico. Dutra é o principal articulador do requerimento de abertura da CPI e teria sua posição fragilizada por não ter tornado público antes o que sabia.
Apesar de não ter havido nenhuma nova assinatura ontem, o líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA), disse que o depoimento favorece a criação da CPI, porque reforça a tese de que é preciso investigar outras denúncias.
"O ambiente é bom no Congresso para a CPI", disse Pinheiro. O líder petista criticou as declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso contrárias à CPI da corrupção.
FHC disse que o Congresso precisa "primeiro arrumar a [própria" casa" antes de propor CPI. Para Pinheiro, a crise no Senado foi criada pelo próprio presidente. "O líder [José Roberto Arruda" é do governo e integra o PSDB", disse Pinheiro.
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