Publicidade
Publicidade
09/05/2001
-
03h52
da Agência Folha, em Natal
da Folha de S.Psulo, em Brasília
Fernando Bezerra vendeu em junho de 1998 suas ações da empresa Metasa (Metais do Seridó), no Rio Grande do Norte, por cerca de R$ 80 mil, segundo Marcelo Mário Porto, um dos atuais donos. À época, Bezerra detinha cerca de 20% do controle acionário da Metasa, avaliada no mês seguinte à venda em R$ 5,5 milhões.
A ata que estipula o valor é assinada pelo filho de Bezerra, Hênio de Araújo Bezerra -que, na ocasião, também presidia a empresa. Os 20% de Bezerra, portanto, valeriam cerca de R$ 1,1 milhão.
Segundo Porto, Bezerra vendeu sua parte pois não poderia continuar vinculado à uma empresa que recebia incentivos da Sudene: "Como candidato ao Senado, ele quis se livrar de suas ações e sair da empresa.
Não poderia haver, naquele momento, nenhum tipo de suspeita de favorecimento. Além disso, a empresa não estava dando o lucro desejado".
Contradição
A Agência Folha foi ontem ao endereço que consta na Junta Comercial do Rio Grande do Norte como sendo o da sede da Metasa, em Natal. No local, um escritório com duas mesas e um arquivo, funciona a PGC (Porto Gaspar Construtura Ltda.), cujo sócio majoritário é parente de Porto.
Um documento da Secretaria da Tributação do Rio Grande do Norte contradiz, porém, a afirmação do ex-ministro de que sua família teria deixado de ter qualquer participação na Metasa em junho de 1998. O documento aponta os filhos de Bezerra, Hênio e Silvio, como acionistas da Metasa em dezembro do mesmo ano.
Em sua última tentativa de permanecer no cargo, Fernando Bezerra recolheu mais de 500 páginas de documentos e relatórios para rebater as denúncias: "Quem viu a documentação saiu convencido de que não houve nenhum desvio de dinheiro da Sudene".
Ele exibiu uma auditoria externa feita pelo Ministério do Planejamento, que teria demonstrado que "não houve nenhum recurso liberado de forma irregular".
Reunião
Os documentos foram exibidos ao presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada. O porta-voz Georges Lamazière disse na tarde de ontem (com Bezerra já demitido) que, na opinião de FHC "o ministro havia sido muito convincente". FHC pediu que Bezerra encaminhasse cópia de todos os documentos à corregedora-geral Anadyr de Mendonça Rodrigues, para que fossem analisados. Bezerra concordou.
Segundo ele, ele recebeu R$ 80 mil ao vender a Metasa, mas teria
investido mais de R$ 1,5 milhão: "O prejuízo pouco importa. O que queríamos era sair do negócio".
Nos nove anos nos quais Bezerra participou da empresa, de 1989 a 1998, a Metasa recebeu cerca de R$ 6,6 milhões da Sudene, mas hoje a empresa produz apenas 6% do ferro-tungstênio que havia se proposto a produzir ao Finor.
Segundo o ex-ministro, o fato se deve a problemas de mercado: "Se qualquer empresa que recebesse incentivos fiscais tivesse garantia de sucesso absoluto, haveria uma fila imensa de empresários na porta da Sudene", disse.
Ex-ministro se desfez da firma por R$ 80 mil
Publicidade
da Folha de S.Psulo, em Brasília
Fernando Bezerra vendeu em junho de 1998 suas ações da empresa Metasa (Metais do Seridó), no Rio Grande do Norte, por cerca de R$ 80 mil, segundo Marcelo Mário Porto, um dos atuais donos. À época, Bezerra detinha cerca de 20% do controle acionário da Metasa, avaliada no mês seguinte à venda em R$ 5,5 milhões.
A ata que estipula o valor é assinada pelo filho de Bezerra, Hênio de Araújo Bezerra -que, na ocasião, também presidia a empresa. Os 20% de Bezerra, portanto, valeriam cerca de R$ 1,1 milhão.
Segundo Porto, Bezerra vendeu sua parte pois não poderia continuar vinculado à uma empresa que recebia incentivos da Sudene: "Como candidato ao Senado, ele quis se livrar de suas ações e sair da empresa.
Não poderia haver, naquele momento, nenhum tipo de suspeita de favorecimento. Além disso, a empresa não estava dando o lucro desejado".
Contradição
A Agência Folha foi ontem ao endereço que consta na Junta Comercial do Rio Grande do Norte como sendo o da sede da Metasa, em Natal. No local, um escritório com duas mesas e um arquivo, funciona a PGC (Porto Gaspar Construtura Ltda.), cujo sócio majoritário é parente de Porto.
Um documento da Secretaria da Tributação do Rio Grande do Norte contradiz, porém, a afirmação do ex-ministro de que sua família teria deixado de ter qualquer participação na Metasa em junho de 1998. O documento aponta os filhos de Bezerra, Hênio e Silvio, como acionistas da Metasa em dezembro do mesmo ano.
Em sua última tentativa de permanecer no cargo, Fernando Bezerra recolheu mais de 500 páginas de documentos e relatórios para rebater as denúncias: "Quem viu a documentação saiu convencido de que não houve nenhum desvio de dinheiro da Sudene".
Ele exibiu uma auditoria externa feita pelo Ministério do Planejamento, que teria demonstrado que "não houve nenhum recurso liberado de forma irregular".
Reunião
Os documentos foram exibidos ao presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada. O porta-voz Georges Lamazière disse na tarde de ontem (com Bezerra já demitido) que, na opinião de FHC "o ministro havia sido muito convincente". FHC pediu que Bezerra encaminhasse cópia de todos os documentos à corregedora-geral Anadyr de Mendonça Rodrigues, para que fossem analisados. Bezerra concordou.
Segundo ele, ele recebeu R$ 80 mil ao vender a Metasa, mas teria
investido mais de R$ 1,5 milhão: "O prejuízo pouco importa. O que queríamos era sair do negócio".
Nos nove anos nos quais Bezerra participou da empresa, de 1989 a 1998, a Metasa recebeu cerca de R$ 6,6 milhões da Sudene, mas hoje a empresa produz apenas 6% do ferro-tungstênio que havia se proposto a produzir ao Finor.
Segundo o ex-ministro, o fato se deve a problemas de mercado: "Se qualquer empresa que recebesse incentivos fiscais tivesse garantia de sucesso absoluto, haveria uma fila imensa de empresários na porta da Sudene", disse.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice