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11/05/2001 - 05h32

"Memória do meu pai serviu de escudo contra CPI", diz Covas Neto

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da Folha de S.Paulo

O filho do governador Mário Covas, Mário Covas Neto, o Zuzinha, classificou ontem como "quase humilhante" a sua ida e a de sua família à Brasília para participar de uma cerimônia no Congresso em homenagem ao pai que acabou sendo desmarcada em cima da hora. Além de "um desaforo", o cancelamento da sessão especial foi, para ele, "lamentável".

"A memória do meu pai serviu de escudo para evitar uma CPI. [O cancelamento] poderia ter sido por vários outros motivos, mas por esse é um pouco demais".

A suspensão da sessão mista do Congresso de anteontem acabou causando também o cancelamento da sessão especial. Foi uma manobra da base governista para evitar a leitura do requerimento da oposição que pedia a abertura da CPI da corrupção.

Zuzinha, a mulher de Covas, Lila, a filha Renata e a irmã Nídia, além de amigos e de outros parentes, receberam a notícia do cancelamento da homenagem quando já estavam em Brasília.

A cerimônia estava marcada para quarta-feira. Na noite de terça-feira, quando a família desembarcou na cidade, Zuzinha e Lila foram avisados de que a cerimônia poderia ser desmarcada. Apenas no dia seguinte houve a confirmação de que ela não ocorreria mais.

Entre os políticos que participariam da cerimônia, em que o nome de Covas inevitavelmente seria citado como exemplo de ética na política, estaria a cúpula tucana, que se esforçava então para evitar a leitura do requerimento.

Depois do cancelamento de anteontem, o filho de Covas afirmou que não irá mais participar da homenagem promovida pelo Congresso, que deve ainda ser remarcada. "Eu não vou. Mas não posso falar por toda a minha família. A primeira disposição que minha mãe mostrou foi a de não ir".

Lila demonstrou irritação com o cancelamento da homenagem. A irmã de Covas, Nídia, teria afirmado ao sobrinho que nunca recebera uma desfeita tão grande em toda a sua vida.

Zuzinha afirmou que é a favor da criação da CPI da corrupção e que, se fosse um parlamentar, assinaria o requerimento. "Acho que, se existem, as dúvidas devem ser apuradas. Mas não podemos esquecer que a CPI deve servir de palanque eleitoral para muitas pessoas", disse.

Em uma referência às denúncias de seu envolvimento em suposto superfaturamento na compra de terrenos para a construção de casas populares pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), no primeiro governo de Covas (1995-98), ele disse: "Todos estão sujeitos a ser acusados".
 

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