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12/05/2001 - 03h18

"A culpa é do PT", diz ACM sobre CPI

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Capim Grosso

Um dia depois da megaoperação coordenada pelo governo que enterrou a CPI da corrupção, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) disse que a politização da CPI e a radicalização do PT derrotaram a proposta das oposições.

"Politizaram demais a CPI. A culpa foi do PT", disse ACM, após discursar para cerca de 5.000 pessoas na manhã de ontem, em Capim Grosso (BA). "Demos uma lição no Walter Pinheiro [líder do PT na Câmara". Ele vive agredindo os meus lá da Bahia. Pois teve o que mereceu", disse ACM à Folha, por telefone.

Acusado de ter participado da violação do painel de votação do Senado, ACM disse que os cinco deputados carlistas que retiraram as assinaturas do projeto que pedia a CPI seguiram a orientação do PFL. E negou um acordo com o governo para salvá-lo da cassação. "Não falei com ninguém do governo, e ninguém do governo falou comigo. Atendi a um pedido do Bornhausen [Jorge Bornhausen, presidente do PFL", disse.

Em seu discurso, ACM disse que não terá seu mandato cassado. "Era só o que faltava, soltar o Lalau [o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto" e tirar o ACM do Senado." Nicolau está preso, acusado de desviar R$ 169 milhões das obras do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo.

Pela primeira vez, porém, ACM admitiu a possibilidade de renunciar para evitar a cassação. "Não serei cassado. Mas, se por acaso acontecesse, eu voltaria para a Bahia, e a Bahia me daria novamente o Senado ou cargos melhores".

Ao ser indagado, após o discurso, se admitia a possibilidade de renunciar, ACM negou. "Não renuncio. Tenho o apoio do povo, o meu mandato é do povo e ninguém vai tirar", disse.

"Seria fácil para mim estar acomodado, nos meus 70 anos [ACM tem 73], gozando as delícias do Senado. Não, eu quero é trabalhar, lutar pela Bahia e por vocês".

Ainda em seu discurso, ACM pediu "força" para enfrentar os poderosos. "Está para nascer um homem que me meta medo".

Compareceram ao evento o governador César Borges (PFL), os senadores Waldeck Ornélas (PFL) e Paulo Souto (PFL), deputados federais e estaduais e cerca de 50 prefeitos da região, uma das mais pobres do Estado.

Algumas prefeituras da região alugaram ônibus para transportar correligionários do senador até Capim Grosso. Outros seis aviões levaram deputados e convidados.

Igreja do Bonfim
O pefelista foi ontem à tarde à igreja do Bonfim (cidade baixa), a mais conhecida da Bahia. Antes de entrar na igreja, o senador foi cumprimentado pelos presentes e, depois, rezou. Desde que seu nome foi envolvido na violação do painel de votação, ontem foi a primeira vez que ACM esteve na igreja do Bonfim.

"Rezei para o senhor do Bonfim iluminar os senadores do Conselho de Ética para que façam justiça", afirmou na saída.
 

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