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19/05/2001
-
03h42
RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), nega que o partido tenha feito qualquer ameaça de apoiar a criação da CPI da corrupção no Senado em troca de um abrandamento da posição do PSDB e do PMDB a favor da cassação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), acusado no caso da violação do painel eletrônico de votações.
Bornhausen diz que apenas manifestou aos parceiros da aliança governista e ao presidente Fernando Henrique Cardoso o entendimento de que o assunto não pode ser partidarizado nem mesmo pelo PFL. Leia a seguir a entrevista concedida pelo presidente do partido à Folha.
Folha - O PFL fez algum apelo para que o PSDB não fechasse questão sobre o processo de cassação do senador Antonio Carlos Magalhães?
Jorge Bornhausen - Não houve pressão. Ninguém intervém em outro partido. Foi o bom senso que prevaleceu. Esse é um assunto para ser tratado exclusivamente pelo Senado. Não é partidário. Os senadores do PSDB e do PMDB, assim como os do PFL, têm de ter liberdade para votar como quiserem.
Folha - Então nem os cinco senadores do PFL estão obrigados a votar contra o relatório do senador Saturnino Braga (PSB-RJ), que pede abertura de processo de perda de mandato contra ACM e José Roberto Arruda (sem partido-DF)?
Bornhausen - Mesmo dentro do PFL não podemos impor [uma decisão sobre o voto]. Mas os cinco senadores do partido que integram o conselho devem agir de forma comum. Vamos discutir o assunto. Não podemos forçar ninguém, mas a tendência é convergir.
Folha - O senhor pediu isenção ao presidente Fernando Henrique Cardoso?
Bornhausen - Não fiz apelo nem pressão. Apenas manifestei meu raciocínio, que é esse: o assunto não é de natureza partidária. É um assunto interno do Senado. Cada senador deve agir de acordo com sua consciência.
Folha - A oposição conseguiu 22 assinaturas no Senado para o requerimento propondo a CPI da corrupção. Faltam sete. Senadores do PFL poderiam assinar a CPI, viabilizando sua instalação, se o PSDB e o PMDB assumissem uma posição partidária a favor da cassação?
Bornhausen - Eu jamais faria esse tipo de ameaça. Não é meu estilo. Apenas devo manifestar o meu raciocínio de que o processo de cassação não pode ser partidarizado.
Folha - Mas há alguma possibilidade de o PFL apoiar a CPI?
Bornhausen - Nenhuma. O PFL mantém a posição de não assinar a CPI, que está registrada em carta do partido.
Folha - Mas ACM e os senadores do PFL da Bahia -Waldeck Ornélas e Paulo Souto-, que assinaram o primeiro requerimento [da CPI mista da corrupção], poderiam dar apoio de novo, numa posição individual e não partidária?
Bornhausen - Não acredito nisso.
Em crise, Planalto entra em alerta contra nova CPI
"Não houve pressão", diz Bornhausen
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da Folha de S.Paulo
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), nega que o partido tenha feito qualquer ameaça de apoiar a criação da CPI da corrupção no Senado em troca de um abrandamento da posição do PSDB e do PMDB a favor da cassação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), acusado no caso da violação do painel eletrônico de votações.
Bornhausen diz que apenas manifestou aos parceiros da aliança governista e ao presidente Fernando Henrique Cardoso o entendimento de que o assunto não pode ser partidarizado nem mesmo pelo PFL. Leia a seguir a entrevista concedida pelo presidente do partido à Folha.
Folha - O PFL fez algum apelo para que o PSDB não fechasse questão sobre o processo de cassação do senador Antonio Carlos Magalhães?
Jorge Bornhausen - Não houve pressão. Ninguém intervém em outro partido. Foi o bom senso que prevaleceu. Esse é um assunto para ser tratado exclusivamente pelo Senado. Não é partidário. Os senadores do PSDB e do PMDB, assim como os do PFL, têm de ter liberdade para votar como quiserem.
Folha - Então nem os cinco senadores do PFL estão obrigados a votar contra o relatório do senador Saturnino Braga (PSB-RJ), que pede abertura de processo de perda de mandato contra ACM e José Roberto Arruda (sem partido-DF)?
Bornhausen - Mesmo dentro do PFL não podemos impor [uma decisão sobre o voto]. Mas os cinco senadores do partido que integram o conselho devem agir de forma comum. Vamos discutir o assunto. Não podemos forçar ninguém, mas a tendência é convergir.
Folha - O senhor pediu isenção ao presidente Fernando Henrique Cardoso?
Bornhausen - Não fiz apelo nem pressão. Apenas manifestei meu raciocínio, que é esse: o assunto não é de natureza partidária. É um assunto interno do Senado. Cada senador deve agir de acordo com sua consciência.
Folha - A oposição conseguiu 22 assinaturas no Senado para o requerimento propondo a CPI da corrupção. Faltam sete. Senadores do PFL poderiam assinar a CPI, viabilizando sua instalação, se o PSDB e o PMDB assumissem uma posição partidária a favor da cassação?
Bornhausen - Eu jamais faria esse tipo de ameaça. Não é meu estilo. Apenas devo manifestar o meu raciocínio de que o processo de cassação não pode ser partidarizado.
Folha - Mas há alguma possibilidade de o PFL apoiar a CPI?
Bornhausen - Nenhuma. O PFL mantém a posição de não assinar a CPI, que está registrada em carta do partido.
Folha - Mas ACM e os senadores do PFL da Bahia -Waldeck Ornélas e Paulo Souto-, que assinaram o primeiro requerimento [da CPI mista da corrupção], poderiam dar apoio de novo, numa posição individual e não partidária?
Bornhausen - Não acredito nisso.
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