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19/05/2001
-
17h24
RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou a Convenção Nacional do PSDB, que acontece hoje em Brasília, para fazer um dos discursos mais inflamados e contundentes desde que assumiu a Presidência da República, em 1995.
FHC atacou os críticos do programa de racionamento, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), o presidente eleito do STF (Superior Tribunal Federal), Marco Aurélio de Mello, e a reportagem da revista "Veja" que acusa o governo de, na época da desvalorização cambial (1999), saber que o então presidente do Banco Central, Francisco Lopes, comandava um esquema de fornecimento de informações privilegiadas a algumas instituições do mercado financeiro.
Coincidentemente o último discurso feito por FHC em uma convenção do PSDB também ocorreu em um momento de crise, logo após a desvalorização cambial. Dessa vez, a fala e o tom usado por FHC refletem várias crises. As novas denúncias sobre o caso Marka/ FonteCindam, a ameaça da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Corrupção, a possibilidade de cassação de dois senadores da base governista e a crise energética.
Sobre a reportagem da "Veja", o presidente afirmou que se tratava de uma acusação sem fundamento. "Chega de pensar que é possível dizer qualquer coisa, dizer coisas pesadas sem nenhum indício, sem nenhum respeito, sem nenhuma consideração. [Respeito] pelo menos ao povo, que me elegeu duas vezes, por maioria absoluta e que vai eleger um candidato tucano uma vez mais", disse ele.
FHC também criticou duramente a oposição, citando veladamente a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). "O que propõe [a oposição]? Que não se pague a dívida. Qual é a proposta que os críticos apresentam? Calote, embuste como programa. Eles não têm nada, a não ser que conte com um aumento na tarifa dos ônibus. Nós seremos intolerantes com a minoria que nunca ganha. Ganham sim, no tapetão."
Durante seu discurso, FHC atacou duramente a nova tentativa de abertura da CPI da Corrupção no Senado e o pedido feito por advogados paulistas para que seja aberto um processo de crime de responsabilidade contra ele. "CPI é coisa séria, não pode ser palanque eleitoral, não pode ser tribuna para enganar. Eu lamento que pessoas honradas [os advogados] utilizem pedaços de jornal para imaginar que o governo comprou deputados, quando tudo o que se fez foi obedecer o orçamento. O orçamento é lei. Quando o governo cumpre a lei, fazem de conta que foi liberado para obter tal ou qual resultado, e ainda ousam caçar o povo pedindo impeachment. Chega de enganar a população brasileira!", gritou o presidente.
As críticas do Judiciário às medidas de racionamento de energia elétrica, também foram combatidas por FHC. "Estranho que juízes estejam falando antes de serem consultados. Esse não é o caminho. Vamos ganhar a batalha da energia, discriminando sim. Cobrando dos ricos e nada dos pobres", afirmou.
Sobre Itamar Franco, o presidente disse que sempre foi leal a ele. Segundo FHC, ao assumir a pasta da Fazenda, a convite de Itamar, encontrou o Brasil em ruínas. "Sempre fui grato e leal a ele. Tanto que nunca respondi a nenhuma de suas leviandades", afirmou.
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FHC atacou os críticos do programa de racionamento, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), o presidente eleito do STF (Superior Tribunal Federal), Marco Aurélio de Mello, e a reportagem da revista "Veja" que acusa o governo de, na época da desvalorização cambial (1999), saber que o então presidente do Banco Central, Francisco Lopes, comandava um esquema de fornecimento de informações privilegiadas a algumas instituições do mercado financeiro.
Coincidentemente o último discurso feito por FHC em uma convenção do PSDB também ocorreu em um momento de crise, logo após a desvalorização cambial. Dessa vez, a fala e o tom usado por FHC refletem várias crises. As novas denúncias sobre o caso Marka/ FonteCindam, a ameaça da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Corrupção, a possibilidade de cassação de dois senadores da base governista e a crise energética.
Sobre a reportagem da "Veja", o presidente afirmou que se tratava de uma acusação sem fundamento. "Chega de pensar que é possível dizer qualquer coisa, dizer coisas pesadas sem nenhum indício, sem nenhum respeito, sem nenhuma consideração. [Respeito] pelo menos ao povo, que me elegeu duas vezes, por maioria absoluta e que vai eleger um candidato tucano uma vez mais", disse ele.
FHC também criticou duramente a oposição, citando veladamente a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). "O que propõe [a oposição]? Que não se pague a dívida. Qual é a proposta que os críticos apresentam? Calote, embuste como programa. Eles não têm nada, a não ser que conte com um aumento na tarifa dos ônibus. Nós seremos intolerantes com a minoria que nunca ganha. Ganham sim, no tapetão."
Durante seu discurso, FHC atacou duramente a nova tentativa de abertura da CPI da Corrupção no Senado e o pedido feito por advogados paulistas para que seja aberto um processo de crime de responsabilidade contra ele. "CPI é coisa séria, não pode ser palanque eleitoral, não pode ser tribuna para enganar. Eu lamento que pessoas honradas [os advogados] utilizem pedaços de jornal para imaginar que o governo comprou deputados, quando tudo o que se fez foi obedecer o orçamento. O orçamento é lei. Quando o governo cumpre a lei, fazem de conta que foi liberado para obter tal ou qual resultado, e ainda ousam caçar o povo pedindo impeachment. Chega de enganar a população brasileira!", gritou o presidente.
As críticas do Judiciário às medidas de racionamento de energia elétrica, também foram combatidas por FHC. "Estranho que juízes estejam falando antes de serem consultados. Esse não é o caminho. Vamos ganhar a batalha da energia, discriminando sim. Cobrando dos ricos e nada dos pobres", afirmou.
Sobre Itamar Franco, o presidente disse que sempre foi leal a ele. Segundo FHC, ao assumir a pasta da Fazenda, a convite de Itamar, encontrou o Brasil em ruínas. "Sempre fui grato e leal a ele. Tanto que nunca respondi a nenhuma de suas leviandades", afirmou.
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