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20/06/2000
-
19h37
da Folha de S.Paulo
Morreu aos 80 anos, no dia 13 de junho, o brigadeiro João Paulo Burnier, conhecido por seu envolvimento na revolta de Aragarças (1959) e no caso Para-Sar (1968). A causa de sua morte e o local do sepultamento não foram divulgados pela família. Ele era casado e tinha seis filhos.
Em 1959, quando era major-aviador, ele comandou a Revolta de Aragarças, que consistiu no sequestro de um avião da Panair e na subsequente ocupação da localidade de Aragarças, em Goiás.
Os militares queriam convencer o então candidato da UDN à Presidência, Jânio Quadros, a não desistir da candidatura. A revolta foi debelada após 36 horas, e Burnier fugiu para a La Paz, na Bolívia. Só voltou ao Brasil em 1961.
O caso Para-Sar se tornou a história mais marcante de sua biografia. Consistia, segundo o capitão-do-ar reformado Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, morto em 1994, em um plano terrorista elaborado por Burnier, que consistiria em explodir o gasômetro do Rio na hora do rush e no sequestro e assassinato de 40 políticos, entre eles o ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda.
A culpa das mortes seria colocada nos guerrilheiros de esquerda e serviria para justificar ações mais violentas do regime militar para eliminar a "ameaça comunista". Carvalho afirmou que discordou da ordem. Burnier negou o plano.
Em 1971, mais um caso polêmico. O preso político Stuart Angel Jones foi morto dentro da Base Aérea do Galeão, que estava sob sua responsabilidade. O caso acabou causando a sua demissão.
Em 1995, Burnier tentou evitar que o livro "O Calvário de Sônia Angel", do tenente-coronel reformado do Exército João Luiz de Moraes, fosse colocado à venda. O livro fala da morte de Jones, marido de Sônia, que era filha de Moraes, e fala ainda do caso Para-Sar.
Em 1999, um jantar em homenagem a Burnier no Clube Militar do Rio virou um evento de contestação ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
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Brigadeiro João Burnier, 80, acusado de envolvimento no caso Para-Sar, morre no Rio
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Morreu aos 80 anos, no dia 13 de junho, o brigadeiro João Paulo Burnier, conhecido por seu envolvimento na revolta de Aragarças (1959) e no caso Para-Sar (1968). A causa de sua morte e o local do sepultamento não foram divulgados pela família. Ele era casado e tinha seis filhos.
Em 1959, quando era major-aviador, ele comandou a Revolta de Aragarças, que consistiu no sequestro de um avião da Panair e na subsequente ocupação da localidade de Aragarças, em Goiás.
Os militares queriam convencer o então candidato da UDN à Presidência, Jânio Quadros, a não desistir da candidatura. A revolta foi debelada após 36 horas, e Burnier fugiu para a La Paz, na Bolívia. Só voltou ao Brasil em 1961.
O caso Para-Sar se tornou a história mais marcante de sua biografia. Consistia, segundo o capitão-do-ar reformado Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho, morto em 1994, em um plano terrorista elaborado por Burnier, que consistiria em explodir o gasômetro do Rio na hora do rush e no sequestro e assassinato de 40 políticos, entre eles o ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda.
A culpa das mortes seria colocada nos guerrilheiros de esquerda e serviria para justificar ações mais violentas do regime militar para eliminar a "ameaça comunista". Carvalho afirmou que discordou da ordem. Burnier negou o plano.
Em 1971, mais um caso polêmico. O preso político Stuart Angel Jones foi morto dentro da Base Aérea do Galeão, que estava sob sua responsabilidade. O caso acabou causando a sua demissão.
Em 1995, Burnier tentou evitar que o livro "O Calvário de Sônia Angel", do tenente-coronel reformado do Exército João Luiz de Moraes, fosse colocado à venda. O livro fala da morte de Jones, marido de Sônia, que era filha de Moraes, e fala ainda do caso Para-Sar.
Em 1999, um jantar em homenagem a Burnier no Clube Militar do Rio virou um evento de contestação ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
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