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24/06/2001 - 11h45

FHC vai à Bolívia para ampliar importação de gás natural

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da Folha Online

O presidente Fernando Henrique Cardoso viajará na próxima terça-feira (26) para a Bolívia com o objetivo de negociar com as autoridades desse país a antecipação, em um ano, de uma cláusula do contrato assinado entre os dois países, o qual prevê a importação, até 2004, de 30 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural.

O presidente pretende discutir ainda com o governo boliviano a ampliação do volume de gás importado atualmente, de cerca de 8 milhões de metros cúbicos/dia, para 40 milhões de metros cúbicos, num prazo de um ano.

Segundo o chefe da Divisão da América Meridional do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães, a viagem do presidente está intrinsecamente relacionada com a crise de energia elétrica brasileira, cujos efeitos o governo federal pretende minimizar através da agilização da construção de catorze termelétricas alimentadas a gás natural e da adoção de outras medidas de caráter emegencial para o uso de "fontes energéticas limpas e confiáveis".

Por considerar essas negociações importantes, Fernando Henrique cancelou as visitas que faria no final deste mês à Rússia, à Ucrânia e Nova York, trocando-as por La Paz, Santa Cruz de La Sierra e Tarirja. Neste último local, ele irá visitar o campo de produção de gás San Alberto, localizado em Yacuiba, e administrado pela Petrobras.

Ao todo, o presidente passará três dias na Bolívia (26, 27 e 28) envolvido nessas negociações e, também, para manter contatos políticos com o presidente Hugo Banzer e outras autoridades locais.

Na ausência de Fernando Henrique e Marco Maciel do país, assumirá a Presidência da República o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG), o terceiro na linha sucessória, seguido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Esta será a primeira vez que Aécio assumirá o cargo, desde que foi empossado na presidência da Câmara, em fevereiro passado.

De Brasília, Fernando Henrique seguirá direto para La Paz, onde ficará cerca de sete horas. O embarque na Base Aérea de Brasília está previsto para às 9h30 e o desembarque, no aeroporto de El Alto, às 11 horas (12 horas em Brasília). Às 11h30 (local), o presidente Hugo Banzer recepcionará Fernando Henrique com honras militares na Plaza Murillo. Quinze minutos depois, os dois presidentes manterão reunião de trabalho no Palácio do Governo.

Após a reunião, o presidente seguirá para o Departamento de Tarirja, distante 400 quilômetros de Santa Cruz. De lá, irá para o campo de produção de gás natural Yacuiba, onde começa o gasoduto Brasil-Bolívia, que se estende por cerca de 2000 quilometros em território brasileiro, passando por Mato Grosso do Sul, São Paulo, até chegar no Rio Grande do Sul, com capacidade de transporte de 50 milhões de metros cúbicos/dia.

Os 8 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, importados pelo Brasil, representam para a Bolívia, anualmente, uma receita "expressiva": US$ 7 bilhões, o que, na avaliação de Fernando Simas Magalhães, já significa uma alteração substancial nas relações comerciais entre os dois países. Se esse comércio for ampliado para uma importação a curto prazo de 40 milhões de metros cúbicos, consequentemente "quintuplicará" a injeção de recursos brasileiros naquele país, destaca Simas Magalhães.

A Petrobras investiu US$ 2 bilhões na construção do gasoduto Brasil- Bolívia e é, também, a empresa responsável pela descoberta e extração da maiores reservas de gás bolivianas, estimadas em 47 trilhões de pés cúbicos. Um outro passo a ser dado pelo governo brasileiro para suprir as necessidades energéticas do país será a própria Petrobras construir, futuramente, termelétricas em solo boliviano, além de um novo gasoduto, provavelmente ao lado do já existente no Brasil.

Terminada a visita a campo de gás de Yacuiba, Fernando Henrique retornará à Santa Cruz de La Sierra, onde pernoitará. Na manhã de quinta-feira (28) ele embarcará para Campo Grande (MS), onde inaugurará no país a primeira termelétrica com gás natural da Bolívia, retornando em seguida para Brasília. A Usina Termelétrica Modular de Campo Grande (Usina Termelétrica William Arjona) vai gerar 151,8 megawatts quando colocar em funcionamento suas três turbinas, o que equivale ao abastecimento de energia de uma cidade de 600 mil habitantes. As informações são da Agência Brasil.
 

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