Publicidade
Publicidade
18/11/2001
-
02h18
da Folha de S.Paulo
Construída para os festejos dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, a Nau Capitânia está abandonada na baía de Guanabara. O governo federal, dono da embarcação, não a utiliza para nada.
Sob a guarda do Clube Naval do Rio, a nau está ancorada em uma enseada de Niterói (cidade a 15 km do Rio), a 200 m da areia da praia do Preventório. Há seis meses, ela não navega mais de 500 m. Há mais de um ano não é submetida a manutenção.
Para evitar saques, o Clube Naval, que gerenciou a construção, mantém dois marinheiros morando na nau, que, de acordo com o convênio firmado entre o governo e o Instituto Memorabília, deveria, logo após ficar pronta, ser incorporada ao projeto "Museu Aberto do Descobrimento", do Ministério da Cultura.
A idéia de construir a nau -réplica da comandada por Pedro Álvares Cabral no Descobrimento- foi do instituto, uma associação sem fins lucrativos com sede no Rio. A proposta do instituto foi aprovada pela Comissão Nacional para as Comemorações do 5º Centenário e pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.
O convênio entre o governo e o instituto foi assinado em 30 de agosto de 1999. Pelo governo, assinou o documento o então ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca. A nau está pronta desde abril de 2000. Apesar do que diz o convênio e de ter aplicado R$ 2,3 milhões no projeto, o governo nunca incorporou a embarcação ao seu patrimônio.
O estado geral da nau é bom. Os marinheiros cuidam da limpeza externa. A falta de manutenção, porém, preocupa a direção do Clube Naval. Por falta de verba, não há vigilância específica, com técnicos atentos a problemas de flutuação e no casco.
Em 2 de maio, o Clube Naval enviou ao ministro da Cultura, Francisco Weffort, ofício em que relata a situação do barco e as dificuldades enfrentadas para mantê-lo. O documento aponta que a tripulação mínima ideal para garantir a segurança é de nove homens (comandante, dois mestres e seis marinheiros). O clube estima em R$ 58 mil o valor do custeio mensal do barco (salários da tripulação, alimentação, reparos eventuais, viagens, combustível e água, entre outras despesas).
No ofício, a diretoria do clube pede ao ministro que defina a situação jurídico-administrativa da Nau Capitânia. Até hoje o clube não recebeu uma resposta definitiva. A última vez que a nau deixou a baía foi em maio, quando participou de filmagens no litoral fluminense. Dois meses antes, a embarcação visitara cidades no Paraná e em Santa Catarina.
Pelo projeto do governo, a nau deveria ter participado da festa do Descobrimento realizada em 22 de abril do ano passado em Porto Seguro.
Problemas no lastro da embarcação fizeram com que ela retornasse a Salvador quando já seguia para Porto Seguro. Depois de resolvido o problema, a nau veio para o Rio, onde ficou ancorada na marina da Glória (zona sul), aberta à visitação.
Com a vinda da nau para o cais da sede náutica do Clube Naval (Niterói), no início do ano, as visitas continuaram, mas com menos frequência. Até que, no mês passado, o barco foi retirado do cais e ancorado na enseada, longe da terra. Hoje, as visitas não estão mais sendo autorizadas.
Após festa dos 500 anos, Nau Capitânia está abandonada no Rio
Publicidade
Construída para os festejos dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, a Nau Capitânia está abandonada na baía de Guanabara. O governo federal, dono da embarcação, não a utiliza para nada.
Sob a guarda do Clube Naval do Rio, a nau está ancorada em uma enseada de Niterói (cidade a 15 km do Rio), a 200 m da areia da praia do Preventório. Há seis meses, ela não navega mais de 500 m. Há mais de um ano não é submetida a manutenção.
Para evitar saques, o Clube Naval, que gerenciou a construção, mantém dois marinheiros morando na nau, que, de acordo com o convênio firmado entre o governo e o Instituto Memorabília, deveria, logo após ficar pronta, ser incorporada ao projeto "Museu Aberto do Descobrimento", do Ministério da Cultura.
A idéia de construir a nau -réplica da comandada por Pedro Álvares Cabral no Descobrimento- foi do instituto, uma associação sem fins lucrativos com sede no Rio. A proposta do instituto foi aprovada pela Comissão Nacional para as Comemorações do 5º Centenário e pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.
O convênio entre o governo e o instituto foi assinado em 30 de agosto de 1999. Pelo governo, assinou o documento o então ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca. A nau está pronta desde abril de 2000. Apesar do que diz o convênio e de ter aplicado R$ 2,3 milhões no projeto, o governo nunca incorporou a embarcação ao seu patrimônio.
O estado geral da nau é bom. Os marinheiros cuidam da limpeza externa. A falta de manutenção, porém, preocupa a direção do Clube Naval. Por falta de verba, não há vigilância específica, com técnicos atentos a problemas de flutuação e no casco.
Em 2 de maio, o Clube Naval enviou ao ministro da Cultura, Francisco Weffort, ofício em que relata a situação do barco e as dificuldades enfrentadas para mantê-lo. O documento aponta que a tripulação mínima ideal para garantir a segurança é de nove homens (comandante, dois mestres e seis marinheiros). O clube estima em R$ 58 mil o valor do custeio mensal do barco (salários da tripulação, alimentação, reparos eventuais, viagens, combustível e água, entre outras despesas).
No ofício, a diretoria do clube pede ao ministro que defina a situação jurídico-administrativa da Nau Capitânia. Até hoje o clube não recebeu uma resposta definitiva. A última vez que a nau deixou a baía foi em maio, quando participou de filmagens no litoral fluminense. Dois meses antes, a embarcação visitara cidades no Paraná e em Santa Catarina.
Pelo projeto do governo, a nau deveria ter participado da festa do Descobrimento realizada em 22 de abril do ano passado em Porto Seguro.
Problemas no lastro da embarcação fizeram com que ela retornasse a Salvador quando já seguia para Porto Seguro. Depois de resolvido o problema, a nau veio para o Rio, onde ficou ancorada na marina da Glória (zona sul), aberta à visitação.
Com a vinda da nau para o cais da sede náutica do Clube Naval (Niterói), no início do ano, as visitas continuaram, mas com menos frequência. Até que, no mês passado, o barco foi retirado do cais e ancorado na enseada, longe da terra. Hoje, as visitas não estão mais sendo autorizadas.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice