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10/01/2002 - 18h29

CNBB critica índices sociais e corrupção no governo Roseana

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da Agência Folha

A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos) do Maranhão divulgou hoje um documento no qual manifesta sua indignação e preocupação com os índices sociais e de corrupção no Estado governado desde 95 pela presidenciável Roseana Sarney (PFL).

No manifesto "Ao Povo do Maranhão", elaborado por 13 bispos na primeira semana do ano, a seccional da entidade católica pede a alternância de poder no Estado, desde 1966 sob o comando do grupo do senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).

"Nós [a CNBB-MA] entendemos que é de extrema importância a divisão do poder. Não há como esconder que uma sequência de 35 anos de um mesmo grupo no comando acaba prejudicando o crescimento de um Estado, como no caso típico do Maranhão", declarou o presidente estadual da CNBB, d. Affonso Felippe Gregory. Em todo o documento, o nome da governadora pefelista não é citado.

Os bispos também citam o caso dos meninos emasculados - que ganhou repercussão internacional depois que 21 meninos, com idades ente cinco e nove anos, tiveram seus órgãos genitais retirados. O fato foi denunciado à OEA (Organização dos Estados Americanos), e até hoje duas pessoas foram condenadas. O documento afirma que "os índices maranhenses de impunidade ainda persistem em todos os níveis".

O objetivo do manifesto é alertar o país em relação à imagem do Maranhão que vem sendo transmitida em cadeia de rádio e TV desde o ano passado por meio dos programas eleitorais do PFL.

A nota também fala da preocupação dos bispos com a falta de demarcação das terras indígenas e o pouco caso do governo em relação às famílias de trabalhadores rurais sem terra. Segundo os bispos, o Maranhão é um Estado formado apenas por latifúndios.

"O Maranhão é um Estado que tem muita coisa boa e também muita coisa ruim. O problema é que os pontos negativos têm sido esquecidos no momento de mostrar a realidade do Estado", afirmou d. Affonso.

Segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Maranhão lidera a maioria dos índices de pobreza e de diferenças sociais do país.

Além disso, cerca de 62% da população vive abaixo da linha de miséria, com renda mensal para cada pessoa inferior a R$ 80. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o Maranhão é o Estado que apresenta a pior situação do país.

Em entrevista, d. Affonso declarou que, devido aos alarmantes índices sociais do Maranhão, a pré-candidatura de Roseana ao Planalto poderá sucumbir antes mesmo de ser oficializada.

"Reconhecemos a fragilidade da pré-candidatura de Roseana à Presidência. É evidente a omissão do governo dela [de Roseana] na resolução dos graves problemas do Estado", disse.

A assessoria de imprensa da CNBB nacional afirmou que sua seção regional não a consultou para emitir a nota, e que não precisaria fazê-lo. A entidade não emitiu opinião sobre o documento do Maranhão.

Leia mais:
  • Governo do Maranhão divulga nota em defesa de Roseana Sarney

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