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11/06/2007 - 09h00

Polícia Federal tem pista sobre dinheiro para Medina

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ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em Relatório de Inteligência Policial no qual resume as mais novas informações sobre a Operação Hurricane, a Polícia Federal aponta indícios de que os R$ 440 mil emprestados pelo advogado Virgílio Medina ao seu irmão, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina, saíram de um escritório de advocacia.

Em sessão reservada na qual apresentou sua defesa aos colegas de tribunal, Medina disse que a transação está registrada em sua declaração de Imposto de Renda de 2004. O dinheiro teria sido destinado à compra de um apartamento.

Conforme o relatório policial enviado à Justiça na semana passada e ao qual a Folha teve acesso, "checagens iniciais realizadas com autorização judicial apontam que a origem desse dinheiro seria um escritório de advocacia (Martins e Sálvia Advogados), tendo a quantia sido depositada por Virgílio, na seqüência, na conta de uma construtora (Conartes Engenharia e Edificações Ltda.) de Belo Horizonte".

A Conartes é especializada "há 27 anos no segmento de empreendimentos residenciais de alto luxo", de acordo com informações apresentada pelo site da construtora na internet.

Em sua página 21, informa o relatório que "essa apuração ainda está em curso, mas reforça a colocação de Virgílio Medina como intermediário e meio de acobertamento de valores supostamente recebidos em negociações".

Ao se tornar pública, inclusive com a prisão de desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a Hurricane revelou a existência de um esquema de venda de sentenças judiciais capitaneado por contraventores e empresários de jogos. A operação foi deflagrada no dia 13 de abril.

Conforme a PF e a Procuradoria Geral da República, há "fortes indícios" de envolvimento do ministro Medina com a quadrilha descoberta pelas investigações da Hurricane.

Em documento produzido pela PF e incluído no inquérito relativo à Hurricane, os investigadores registram que "o ministro [...] Paulo de Oliveira Medina, interpondo seu irmão -o advogado Virgílio Medina --como intermediário--, solicitou vantagem indevida, inicialmente no valor de R$ 1 milhão [...], a integrantes da organização criminosa voltada para a exploração de jogos de azar [...], para que fossem favorecidos por decisão em procedimento que estava sob seu crivo (Reclamação 2211)".

Por meio desta reclamação, a empresa Betec conseguiu no ano passado, em caráter liminar, decisão do ministro Medina que levou à liberação de máquina caça-níqueis.

Conforme a investigação policial, a transferência do dinheiro para a construtora se dá em duas etapas.

Primeiro, Virgílio recebe R$ 427 mil em sua conta vindo do escritório Martins e Sálvia. Depois, transfere R$ 440 mil para a Conartes.

A PF agora investiga as relações entre Virgílio e o escritório Martins e Sálvia.

 

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