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Advogado diz que é difícil reconhecer voz de Frei Chico em conversa com Vavá
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da Folha Online
O advogado Iberê Bandeira de Mello disse que a voz de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é "irreconhecível" na gravação de uma conversa entre ele e Genival Inácio da Silva, o Vavá --irmão mais velho do presidente Lula. A conversa foi feita durante as investigações da Operação Xeque-Mate, que desarticulou uma suposta máfia de caça-níqueis.
Bandeira de Mello afirmou, entretanto, que Frei Chico não tem dúvida que a voz na gravação é dele mesmo. "A voz está irreconhecível. É difícil de reconhecer. Mas depois de ouvir várias vezes a gravação dá para confirmar que a voz é dele [Frei Chico]."
Questionado sobre o motivo de Vavá afirmar que não sabia de quem era a voz na gravação, Bandeira de Mello afirmou desconhecer o assunto. "Não sei [que ele negou reconhecer a voz de Frei Chico]."
Nelson Passos Alfonso, advogado de Vavá, diz que seu cliente não reconheceu a voz do irmão. "Não confirmo nem desminto. Meu cliente não reconheceu a voz. Ouviu somente pela TV. Não deu para reconhecer", disse por telefone à Folha Online.
Na gravação do 20 de maio deste ano, um homem, identificado apenas como Roberto no relatório da Operação Xeque-Mate, adverte: "É, mas, Vavá, eu quero saber, Vavá, por que tem umas broncas lá, que você anda apresentando uma pessoa lá nos ministérios e ele..."
Segundo Bandeira de Mello, Frei Chico ligou para Vavá porque ficou sabendo que a revista "Veja" iria fazer uma reportagem contra o irmão. "Além disso, a família estava preocupada com Vavá, que iria passar por uma cirurgia."
O advogado disse não acreditar nas acusações de que Vavá usaria o parentesco com Lula para fazer lobby para empresas junto ao governo. "Essa é uma família muito unida, que sobreviveu à fome e à miséria graças à mãe e à união. Nessa família, um irmão de destacou e os irmãos têm adoração por ele [Lula]. Eles não fariam nada que contrariasse ele [Lula]."
Questionado sobre o teor da gravação e sobre a "bronca", Bandeira de Mello afirmou que Frei Chico estava alertando o irmão sobre a reportagem da "Veja". "Não existe nenhum crime nisso. Eles são irmãos. Ele queria alertar o irmão."
Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário por suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, desmontada pela Operação Xeque-Mate. A PF chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu o pedido.
Saúde
Frei Chico deixou hoje à tarde o InCor-SP (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Ele foi hospitalizado para a realização de exames.
Seu filho, Luciano, disse que o pai não falará mais com a imprensa para não ficar muito "ansioso". Segundo ele, o pai já sofreu três paradas cardíacas e não pode se exaltar.
Ontem, Frei Chico admitiu ao "Jornal da Globo" ter ligado para Vavá para adverti-lo que Lula queria conversar com ele em Brasília e para reclamar de umas "broncas".
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