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Renan diz que não cobrará apoio de "absolutamente ninguém"
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta segunda-feira que não vai cobrar apoio dos senadores para ser absolvido nos processos por quebra de decoro parlamentar a que responde no Conselho de Ética da Casa. Renan também disse que os processos não têm qualquer vinculação com a necessidade do governo federal em aprovar a prorrogação da CPMF até 2011 --o que poderia exigir empenho do PMDB na votação do projeto em troca de uma possível absolvição do senador.
"A CPMF só vai chegar ao Senado no final de setembro, início de outubro. Até lá, teremos outras agonias com que nos preocupar. O meu processo não tem nada a ver [com a CPMF], é uma decisão dos meus pares. Eu não vou cobrar apoio de absolutamente ninguém", afirmou.
Renan disse que vai apenas pedir que seus colegas "observem os fatos, as provas, os documentos" apresentados por ele para que votem "de acordo com as suas consciências". O presidente do Senado reiterou que é inocente nas três denúncias de que é acusado --que provocaram a abertura de três processos no Conselho de Ética.
"Seja qual for o calendário [do conselho], vou aproveitar para mostrar a verdade que eu carrego comigo. Quando tínhamos pressa para demonstrar a verdade, havia quem falasse mal. Hoje eu não tenho pressa, eu quero é que a verdade aflore, que o povo fique convencido da minha inocência", afirmou.
O senador disse que se colocou à disposição do conselho para prestar todos os esclarecimentos necessários, o que inclui depor aos integrantes do órgão. Renan também afirmou estar disposto a encaminhar novos documentos ao conselho se isso for necessário ao longo das investigações.
"Eu mandarei quantos documentos forem necessários. Manda documento quem tem documento, quem não tem documento fala, fica no discurso", disse Renan em um recado direto ao usineiro João Lyra, que diz não ter provas do envolvimento do senador em uma sociedade oculta para a compra de um grupo de comunicação em Alagoas por meio de laranjas.
Denúncias
Renan responde a três processos no Conselho de Ética do Senado. No primeiro deles, é acusado de ter utilizado dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão alimentícia e aluguel à jornalista Mônica Veloso --com que teve uma filha fora do casamento.
Na segunda representação, o peemedebista é acusado de ter procurado o INSS para reverter dívida de R$ 100 milhões da Schincariol depois que a empresa comprou fábrica de seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), por preço acima do mercado.
A terceira e última representação pede que ele seja investigado por supostamente ter usado laranjas para comprar um grupo de comunicação em Alagoas em sociedade oculta com o usineiro João Lyra. O empresário acusa Renan de investir R$ 1,3 milhão no negócio e não declarar os recursos à Receita Federal.
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