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"Escuta clandestina é crime", diz ministro-chefe do GSI
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Félix, condenou nesta segunda-feira a possibilidade de os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) terem sido grampeados de forma ilegal. "Escuta clandestina é crime e tem de ser tratada como atividade criminosa", afirmou o general antes de solenidade no Palácio do Planalto.
Félix lembrou que a prática de escutas telefônicas ilegais envolvendo autoridades é antiga no país. "Isso não é novidade." Evitando opinar se havia a possibilidade de setores da PF (Polícia Federal) estarem envolvidos, o general foi objetivo ao defender as investigações sobre as acusações.
"Escuta ilegal é crime. Tem de coibir o crime, investigar e levar [os denunciados] à Justiça", afirmou o ministro, sem entrar em detalhes, informando apenas que foi informado sobre as acusações pela imprensa.
Reportagem publicada pela revista "Veja", no fim de semana, informa que ministros do STF suspeitam que há escutas telefônicas que os monitoram. Um dos ministros atribuiu a responsabilidade à "banda podre" da PF, que agiria ilegalmente.
A reportagem diz ainda que pelo menos cinco ministros do STF e o ex-ministro Sepúlveda Pertence --que se aposentou semana passada-- sentem-se ou já se sentiram monitorados por escutas clandestinas. Entre os que se queixam do monitoramento estão o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio Mello, além de Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto.
À Folha, o ministro relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, também afirmou que se sente monitorado por supostas escutas telefônicas.
Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, o debate sobre abusos nas escutas telefônicas deve ser incentivado e ressaltou que há um grupo de trabalho instalado no ministério exclusivamente para tratar do assunto.
"Essa discussão sobre a exacerbação de escuta é uma discussão importante que a sociedade deve fazer. Nós que fomos resistentes ao regime militar, fomos alvos das mais brutais arbitrariedades desse tipo", afirmou Tarso.
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