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02/06/2002 - 20h13

Vice-prefeita de Magé é encontrada carbonizada dentro de carro

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da Folha de S. Paulo

A vice-prefeita de Magé (cidade a 60 km do Rio), Lídia Menezes (PSDB), 37, foi encontrada carbonizada dentro de seu carro no início da tarde de hoje.

Ela estava desaparecida desde a noite de ontem. A Polícia Civil investiga a hipótese de crime político. Lídia era pré-candidata a deputada federal. No carro, policiais recolheram duas cápsulas de pistola.

A prefeita Narriman Zito (PSDB) suspeita que sua vice foi morta por razões políticas.

"Magé, politicamente, é muito perigosa. Há alguns anos isso vem acontecendo com políticos. Os delegados não estão fazendo nada. Eu mesma estou andando em carro blindado, algo que nunca pensei em fazer", disse ela, chorando, em entrevista por telefone.

Narriman é casada com José Camilo Zito, prefeito de Duque de Caxias (cidade na Baixada Fluminense) e coordenador da campanha de José Serra (PSDB) à Presidência da República no Estado do Rio.

A prefeita disse haver a necessidade de um policiamento especial para políticos da região. Segundo Narriman, o trabalho de Lídia era político, enquanto o seu, prático.

"Ela não era muito esclarecida. Eu, engenheira, fazia o trabalho técnico e o planejamento da cidade. Mas fui eu quem a coloquei ali, por ser uma negra, uma pessoa do povo, uma boa mulher que me representava publicamente", disse a prefeita.

O delegado Paulo César Vieira, da 65ª DP (Delegacia de Polícia), disse que também será investigada a hipótese de a vice-prefeita ter sido morta por assaltantes.

O carro (Parati) com o corpo carbonizado de Lídia foi encontrado na estrada Magé-Manilha, a cerca de 20 km do centro do município.

A polícia disse não ter recebido informações sobre ameaças que estariam sendo feitas à vice-prefeita.

Segundo o vereador Dejair Corrêa (PSDB), presidente da Comissão de Segurança da Câmara de Magé, o município virou 'um barril de pólvora".
Sargento reformado da Polícia Militar, Corrêa afirmou que o crime foi encomendado.

"Tudo foi meticulosamente planejado e friamente executado, provando que foi feito por profissionais. Nada pode ser descartado, mas parece que é crime político. Vou entrar com processo na Secretaria de Segurança pedindo atenção especial a Magé, que vive sem condições normais de segurança", disse.

Corrêa falou do assassinato do vereador Alexandre Alcântara, há três meses e que até hoje não foi esclarecido. Alcântara foi atingido por cerca de dez tiros, dentro do próprio carro, na rodovia Rio-Magé.

O presidente do PSDB de Magé, Jorge Cosan, chefe de gabinete da prefeitura, disse que é preciso "alertar a sociedade".

"Caso contrário, mais pessoas vão morrer. Qual o objetivo de matar a vice-prefeita? Será que querem tirar a prefeita do cargo? Será que alguém está interessado em ocupar o Executivo com a ocorrência destes crimes? Estas mortes são por motivação política e nunca são investigadas a contento", afirmou.

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