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29/06/2002 - 17h20

Quarta candidatura de Lula à Presidência é homologada em São Paulo

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da Folha Online

A quarta candidatura à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 56, foi homologada hoje durante convenção nacional do partido que reuniu cerca de 2.000 pessoas, no Palácio das Convenções do Anhembi, na capital paulista.

O evento, orçado em R$ 160 mil, foi organizado pelo publicitário Duda Mendonça, que lançou o slogan da campanha "Quero um Brasil decente, quero Lula presidente".

Líder nas pesquisas, Lula fez um discurso de 50 minutos e finalizou sua fala dizendo acreditar que nunca esteve tão fácil vencer a eleição, mas deixou claro que o PT não pode "pisar na bola" e errar.

Antes do discurso de Lula, seu candidato a vice, senador José Alencar (PL), falou e chegou a ser vaiado por um grupo de militantes contrários à aliança com o Partido Liberal.

"Lula sim, Alencar não", gritava o grupo.

Durante seu discurso, Lula defendeu a aliança do PT com o PL e combateu o preconceito.

"É imperdoável que ainda haja na alma dos companheiros a doença do preconceito. Eu fui muito vítima do preconceito e ele é como uma gripe, está em todo lugar mas só se pega se tivermos fragilidade", disse Lula, acrescentando que sua campanha deve ser a "vacina contra essa gripe".

Segundo Lula, Alencar está sendo vítima de "preconceito". O candidato do PT disse que ele também é vítima desse preconceito, "quando coloca uma gravata e vai a um restaurante".

A convenção foi encerrada com partidários cantando o hino nacional. A chuva de estrelas, que era vermelha e prateada no início da cerimônia, se transformou em verde e amarela.

Nariz de palhaço

Lula teve sua entrada na convenção anunciada por um locutor de rodeios.

Ele chegou de mãos dadas com a mulher Marisa, em meio a uma chuva de estrelas de papel vermelhas e prateadas e pelo jingle da campanha, que começa lembrando o famoso refrão da eleição de 1989: "Lula lá, brilha uma estrela".

O novo jingle, porém, ganhou novo refrão: "É só você querer/, o caminho assim será./Bote fé e diga Lula./Bote fé e diga Lula./Eu quero Lula".

Quando o senador José Alencar (PL-MG) foi chamado para discursar, alguns militantes do PT, que usavam um nariz de palhaço, começaram a gritar: "Lula sim, Alencar não."

Um segurança do partido deu um soco em um dos adolescentes que protestavam, que caiu.

Em seguida, outros seguranças estenderam bandeiras no local, para impedir que o conflito fosse filmado.

Grupo da vaia

"Eu não gosto desse movimento para o centro, mas a maioria gosta e eles venceram", disse Sonia Moraes, 37, militante há 15 anos, que fazia parte do grupo da vaia.

"O Lula agrega gregos e troianos. Essa mudança é um processo gradativo que já era aguardado", afirmou Ana Urias, 40 anos, 20 de militância, representando a voz dos que apóiam a aliança com o PL.

Defesa de Dirceu

O discurso de Lula começou com uma defesa do presidente do partido, José Dirceu, envolvido em denúncias de corrupção na Prefeitura de Santo André.

"A gente não pode permitir ser acusado de corrupção. Toda denúncia, em qualquer país, tem de ser apurada, mas o PT é um partido honesto."

"Nestes momentos é que temos que crescer".

Lula disse que sabe que a campanha não será fácil, mas que está mais maduro, tem a cabeça tranquila e a certeza de que vai vencer.

"Hoje eu estou de bem com a vida. Vou fazer uma campanha sem falar mal dos meus adversários nem do Fernando Henrique Cardoso. Vou falar bem do PT."

"O amadurecimento não é apenas meu. É um amadurecimento de todos os petistas", disse Lula, que lembrou que esta é sua quarta candidatura à Presidência e que não entrará na disputa "de salto alto".

Ele disse ainda que o partido precisa eleger, além do presidente, governadores, senadores, deputados, para garantir a futura governabilidade.

Afirmou que seu conceito de "Brasil decente" é um Brasil disposto a negociar e enfrentar seus problemas. `

"Não vamos ter medo de negociar as coisas neste país. Não podemos nos intimidar pelas adversidades que nos impõem."

José Dirceu, que havia discursado antes de José de Alencar e de Lula, se defendeu das acusações e pediu que todos os simpatizantes do partido saiam às ruas no dia 6 de julho para um grande ato contra as "denúncias injustas" de que o partido é vítima e para apoiar a candidatura de Lula.

Com agências

Veja também o especial Eleições 2002

 

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