Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/07/2000 - 11h45

PF investiga entrada ilegal de romenos no Brasil

Publicidade

ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal investiga há 20 dias o agenciamento de romenos que entram clandestinamente no Brasil. Apenas a cidade de São Paulo recebe quase duas pessoas por dia que se dizem refugiadas da Romênia, no Leste Europeu.

Comerciantes e moradores da Luz, bairro onde vive a maioria, disseram à Folha que um pastor organizou a vinda deles. Desde março, o Cáritas (ligado à Arquidiocese) e o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) já cadastraram 225 romenos. Eles afirmam que são evangélicos pentecostais perseguidos e reivindicam autorização para viver no país.

O tal pastor é dono de uma perua Besta branca, com placa da Argentina. Casado, pai de quatro filhos, foi o primeiro a se instalar, em março, em um hotel da região. Depois de um mês, apareceram outras famílias. Quase todas chegaram de táxi às pensões da Luz.

Esses romenos sobrevivem pedindo esmola nos semáforos. Para sensibilizar os motoristas, usam muletas e cartazes com inscrições do tipo "Sou da Romênia. Tenho dois filhos. Não tenho trabalho. Por favor, me ajude. Deus abençoe".

O pastor lidera as missas do grupo que acontecem todos os domingos em um galpão alugado, no Bom Retiro. Seu veículo é visto diariamente nas ruas do bairro. Leva e traz alguns romenos. Também é usado no transporte dos homens para a missa. As mulheres vão a pé.

A reportagem tentou contatar o pastor, mas os romenos se recusaram a revelar o endereço. Até o nome dele é um mistério. "O pastor? O que tem? Ele é líder, sim. O nome? Não sei, não. É só pastor", disse Sorina, 15, repetindo o discurso de todos os que são abordados nos cruzamentos da cidade.

O nome do suspeito identificado no inquérito da PF para investigar agenciamento e introdução de romenos de forma clandestina no país é mantido em sigilo. O crime é previsto no estatuto estrangeiro. A pena é de 1 a 3 anos de detenção.

Um dos principais indícios de agenciamento foi encontrado em Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia: um homem que já tinha pedido refúgio em São Paulo trazia outros romenos clandestinos.

Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.

  • Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página