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13/08/2002
-
16h19
da Folha Online
Nesse trecho da sabatina com o candidato Ciro Gomes, ele fala sobre o acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional e sobre a reação dos mercados com relação às dúvidas sobre medidas econômicas que tomaria.
A sabatina acontece no Teatro Folha, em São Paulo. Participam Eleonora de Lucena, editora-executiva da Folha, Clóvis Rossi e Gilberto Dimenstein, membros do Conselho Editorial da Folha, e Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor-adjunto de Redação do jornal "Valor".
Eleonora de Lucena: Candidato, o senhor declarou, lá em 98, que o FMI é o beijo da morte. O Brasil está de novo fechando um acordo com o FMI que, por incrível que pareça, ainda não repercute no mercado positivamente, a economia está bastante tumultuada, os chamados mercados estão bastante tensos esta semana ainda, o presidente está chamando os candidatos para uma conversa esta semana. O que o senhor tem a dizer sobre esse acerto do governo com o FMI? O que o senhor espera ouvir do presidente até o final da semana? O que o senhor vai falar para ele?
Ciro Gomes: Bom, no momento em que eu lhe falo, são 15 para às 4h, eu não recebi nenhum convite. Tenho mil versões aí de jornalistas, mas eu não recebi nenhum convite até esse momento. Entretanto eu acho que o que pega é catapora. Conversar não pega. Então eu acho que é um dever de educação política qualquer brasileiro chamado pelo presidente da República comparecer a hora que ele quiser. Eu peço apenas que seja no horário do expediente e sem reserva. Vou conversar e ele vai me dizer o que quiser e bem entender. Eu sigo achando que não é uma coisa de ser comemorada como os setores de elite de algumas estações da elite brasileira tentaram fazer que o Brasil seja obrigado, de novo, o terceiro acordo com o Fundo Monetário Internacional neste governo. Agora, se você deixasse eu completar, eu ia lhe poupar da pergunta. Eu vejo que, dado o escalabro e o rombo que produziram, o desastre seria muito maior e não havia realmente alternativa senão achar dólares onde estivessem e o único lugar onde havia dólares para esse momento de crise era com o Fundo Monetário.
Carlos Eduardo Lins da Silva: Essa alternativa não está surtindo efeito, hoje o dólar volta a subir. O Brasil foi rebaixado mais uma vez hoje, e, aparentemente, a explicação que se dá é que os mercados continuam preocupados com sucessão presidencial e, especificamente, com o seu crescimento nas pesquisas. Por que é que eles se assustam? Porque aparentemente eles não confiam na palavra empenhada até agora pelo senhor em relação à questão da dívida pública interna? E isto é devido, segundo novamente os analistas do mercado explicam, a declarações suas anteriores, de seus assessores, a respeito de uma possibilidade, de uma forma ou de outra, de dar uma espécie de calote na dívida pública interna. Independentemente do que o senhor vá dar ou não vá dar, porque só o senhor sabe, eu queria saber: o que é que o senhor pode fazer para, de alguma forma, conquistar a confiança desses chamados mercados, se é que o senhor está interessado nisso, para que o país não vá, daqui até a eleição, escada abaixo do jeito que estava indo e que nem o maior pacote da história do FMI para um só país parece ter sido capaz de resolver?
Leia as íntegras:
1. Leia íntegra do início da sabatina e a apresentação de Ciro
2. Ciro fala do apoio de ACM e de setores da direita
3. Collor está se vingando de mim, diz Ciro
4. Ciro fala sobre o acordo com o FMI
5. Ciro fala sobre permanência de Fraga no BC em seu governo
6. Ciro diz que dólar vai cair a partir do dia 15
7. Ciro fala sobre inflação e distribuição de renda
8. Ciro fala de Alca, Mercosul e política externa
9. Ciro responde a leitores sobre segurança e elo com Collor
10. Ciro responde pergunta sobre sua formação e drogas
11. Ciro responde leitores sobre educação e cultura
12. Ciro fala sobre reforma agrária e confisco de poupança
Leia mais
Leitores esperam que Ciro esclareça pontos econômicos de coligação
Lula 'foge' de pontos centrais e ataca só Ciro na 1ª sabatina da Folha
Especial Eleições 2002
Ciro fala sobre o acordo com o FMI (íntegra 4)
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Nesse trecho da sabatina com o candidato Ciro Gomes, ele fala sobre o acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional e sobre a reação dos mercados com relação às dúvidas sobre medidas econômicas que tomaria.
A sabatina acontece no Teatro Folha, em São Paulo. Participam Eleonora de Lucena, editora-executiva da Folha, Clóvis Rossi e Gilberto Dimenstein, membros do Conselho Editorial da Folha, e Carlos Eduardo Lins da Silva, diretor-adjunto de Redação do jornal "Valor".
Eleonora de Lucena: Candidato, o senhor declarou, lá em 98, que o FMI é o beijo da morte. O Brasil está de novo fechando um acordo com o FMI que, por incrível que pareça, ainda não repercute no mercado positivamente, a economia está bastante tumultuada, os chamados mercados estão bastante tensos esta semana ainda, o presidente está chamando os candidatos para uma conversa esta semana. O que o senhor tem a dizer sobre esse acerto do governo com o FMI? O que o senhor espera ouvir do presidente até o final da semana? O que o senhor vai falar para ele?
Ciro Gomes: Bom, no momento em que eu lhe falo, são 15 para às 4h, eu não recebi nenhum convite. Tenho mil versões aí de jornalistas, mas eu não recebi nenhum convite até esse momento. Entretanto eu acho que o que pega é catapora. Conversar não pega. Então eu acho que é um dever de educação política qualquer brasileiro chamado pelo presidente da República comparecer a hora que ele quiser. Eu peço apenas que seja no horário do expediente e sem reserva. Vou conversar e ele vai me dizer o que quiser e bem entender. Eu sigo achando que não é uma coisa de ser comemorada como os setores de elite de algumas estações da elite brasileira tentaram fazer que o Brasil seja obrigado, de novo, o terceiro acordo com o Fundo Monetário Internacional neste governo. Agora, se você deixasse eu completar, eu ia lhe poupar da pergunta. Eu vejo que, dado o escalabro e o rombo que produziram, o desastre seria muito maior e não havia realmente alternativa senão achar dólares onde estivessem e o único lugar onde havia dólares para esse momento de crise era com o Fundo Monetário.
Carlos Eduardo Lins da Silva: Essa alternativa não está surtindo efeito, hoje o dólar volta a subir. O Brasil foi rebaixado mais uma vez hoje, e, aparentemente, a explicação que se dá é que os mercados continuam preocupados com sucessão presidencial e, especificamente, com o seu crescimento nas pesquisas. Por que é que eles se assustam? Porque aparentemente eles não confiam na palavra empenhada até agora pelo senhor em relação à questão da dívida pública interna? E isto é devido, segundo novamente os analistas do mercado explicam, a declarações suas anteriores, de seus assessores, a respeito de uma possibilidade, de uma forma ou de outra, de dar uma espécie de calote na dívida pública interna. Independentemente do que o senhor vá dar ou não vá dar, porque só o senhor sabe, eu queria saber: o que é que o senhor pode fazer para, de alguma forma, conquistar a confiança desses chamados mercados, se é que o senhor está interessado nisso, para que o país não vá, daqui até a eleição, escada abaixo do jeito que estava indo e que nem o maior pacote da história do FMI para um só país parece ter sido capaz de resolver?
Leia as íntegras:
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