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19/08/2002
-
17h39
da Folha Online
Os candidatos à Presidência da República Ciro Gomes (PPS), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Anthony Garotinho (PSB) cobraram hoje mudanças na atual política econômica do país, após se encontrarem separadamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília.
José Serra (PSDB), candidato do governo, foi o único a deixar o Palácio do Planalto elogiando o acordo firmado com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que prevê US$ 30 bilhões _US$ 6 bilhões até dezembro e o restante se o Brasil cumprir as metas acertadas com o fundo.
Ciro
Primeiro a se encontrar com FHC, por 1h10, Ciro Gomes se comprometeu a manter a austeridade fiscal no limite da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que fixou o superávit primário para o ano que vem em 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto), respeitar contratos e manter a estabilidade da moeda.
O candidato disse que a "delicada" crise atual é em parte provocada por "um modelo econômico" do qual é crítico -a outra parte "é de responsabilidade do mercado internacional".
Acompanhado de Mangabeira Unger, coordenador-geral de seu programa de governo, e de Mauro Benevides Filho, coordenador econômico do programa, Ciro não cumprimentou o presidente antes da conversa.
Crítico do atual governo, Ciro manteve postura moderada no encontro, e disse ser inevitável a evolução das conversas com o atual governo. Ele pediu ao presidente acesso aos documentos -ainda em fase de elaboração- com números da economia e a íntegra do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Ciro irá redigir nota sobre o encontro com FHC após analisar a documentação.
Lula
Lula, segundo a se reunir com o presidente, apresentou sugestões de mudança para a economia brasileira, já presentes na Carta ao Povo Brasileiro, divulgada em junho pelo candidato. Durante a conversa de 1h30, ele pediu a reabertura de linhas de financiamento para as empresas endividadas em dólar e para o comércio exterior do país.
O petista sugeriu uma ofensiva diplomática para ampliar as exportações, gerando um elevado superávit comercial que diminua a vulnerabilidade do país. Para Lula, deve-se combater o "protecionismo injustificado" e os "subsídios indevidos" dos países ricos que prejudicam as vendas de produtos brasileiros.
Ele defendeu também que o governo envie "o mais rápido possível" ao Congresso Nacional uma mini-reforma tributária, com projeto de lei que elimine parcialmente a cumulatividade das contribuições sociais e que acabe com o Pis e o Cofins para produtos de exportação.
Lula estava acompanhado do presidente do PT, José Dirceu, do candidato ao Senado por São Paulo, deputado Aloizio Mercadante, e do coordenador do programa de governo, Antônio Palocci.
Garotinho
Depois de 1h de reunião com FHC, Anthony Garotinho deixou o Planalto sem falar com a imprensa e sem dar declarações. Ele divulgou nota oficial sobre o encontro, na qual se opõe ao acordo com o FMI e critica o governo por adotar "desastrosa política econômica".
Colocando-se como "único candidato da oposição", Garotinho afirmou que há tentativa de "desmoralizar o processo eleitoral", lamenta a necessidade de empréstimos externos, e faz um apelo para que se retome o debate sobre os problemas do país.
"O povo quer a mudança(...). Mas o governo, derrotado, quer sobreviver no futuro governo da oposição, impondo ao próximo presidente as amarras de sua política monetária, monitorada de fora pelo FMI e pela banca internacional", diz a nota.
Ao lado de Garotinho, estava seu vice, José Antônio Almeida, e seus assessores econômico e político, Tito Ryff e Roberto Amaral, respectivamente.
Serra
Candidato de FHC, José Serra deixou o encontro elogiando o acordo com o FMI, que classificou, como já havia feito, de "bastante positivo" e que "não implica em sacrifício adicional à economia".
Reunido por 1h15 com FHC, Serra também elogiou o presidente pela iniciativa de convocar os candidatos para conversar. Segundo ele, a iniciativa revelou preocupação com os interesses do Brasil acima dos interesses partidários e eleitorais.
Os presidentes do PSDB, José Aníbal, e do PMDB, Michel Temer, acompanhavam o tucano na reunião com FHC. No encontro, Serra também pediu ao presidente que estude uma alternativa para evitar que a alta do trigo reflita no preço do pãozinho.
Leia mais:
FHC elogia apoio de candidatos ao acordo com FMI manifesto em reuniões
Ciro promete a FHC respeitar contratos e manter estabilidade
Leia íntegra do discurso de Ciro após encontro com FHC
Em carta, Lula apresenta sugestões de mudanças a FHC
Leia a íntegra da carta de Lula ao presidente FHC
Garotinho critica acordo com FMI após encontro com FHC
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Serra deixa encontro com FHC elogiando acordo com FMI
Veja também o especial Eleições 2002
Candidatos cobram de FHC mudanças na economia antes da eleição
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Os candidatos à Presidência da República Ciro Gomes (PPS), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Anthony Garotinho (PSB) cobraram hoje mudanças na atual política econômica do país, após se encontrarem separadamente com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília.
José Serra (PSDB), candidato do governo, foi o único a deixar o Palácio do Planalto elogiando o acordo firmado com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que prevê US$ 30 bilhões _US$ 6 bilhões até dezembro e o restante se o Brasil cumprir as metas acertadas com o fundo.
Ciro
Primeiro a se encontrar com FHC, por 1h10, Ciro Gomes se comprometeu a manter a austeridade fiscal no limite da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que fixou o superávit primário para o ano que vem em 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto), respeitar contratos e manter a estabilidade da moeda.
O candidato disse que a "delicada" crise atual é em parte provocada por "um modelo econômico" do qual é crítico -a outra parte "é de responsabilidade do mercado internacional".
Acompanhado de Mangabeira Unger, coordenador-geral de seu programa de governo, e de Mauro Benevides Filho, coordenador econômico do programa, Ciro não cumprimentou o presidente antes da conversa.
Crítico do atual governo, Ciro manteve postura moderada no encontro, e disse ser inevitável a evolução das conversas com o atual governo. Ele pediu ao presidente acesso aos documentos -ainda em fase de elaboração- com números da economia e a íntegra do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Ciro irá redigir nota sobre o encontro com FHC após analisar a documentação.
Lula
Lula, segundo a se reunir com o presidente, apresentou sugestões de mudança para a economia brasileira, já presentes na Carta ao Povo Brasileiro, divulgada em junho pelo candidato. Durante a conversa de 1h30, ele pediu a reabertura de linhas de financiamento para as empresas endividadas em dólar e para o comércio exterior do país.
O petista sugeriu uma ofensiva diplomática para ampliar as exportações, gerando um elevado superávit comercial que diminua a vulnerabilidade do país. Para Lula, deve-se combater o "protecionismo injustificado" e os "subsídios indevidos" dos países ricos que prejudicam as vendas de produtos brasileiros.
Ele defendeu também que o governo envie "o mais rápido possível" ao Congresso Nacional uma mini-reforma tributária, com projeto de lei que elimine parcialmente a cumulatividade das contribuições sociais e que acabe com o Pis e o Cofins para produtos de exportação.
Lula estava acompanhado do presidente do PT, José Dirceu, do candidato ao Senado por São Paulo, deputado Aloizio Mercadante, e do coordenador do programa de governo, Antônio Palocci.
Garotinho
Depois de 1h de reunião com FHC, Anthony Garotinho deixou o Planalto sem falar com a imprensa e sem dar declarações. Ele divulgou nota oficial sobre o encontro, na qual se opõe ao acordo com o FMI e critica o governo por adotar "desastrosa política econômica".
Colocando-se como "único candidato da oposição", Garotinho afirmou que há tentativa de "desmoralizar o processo eleitoral", lamenta a necessidade de empréstimos externos, e faz um apelo para que se retome o debate sobre os problemas do país.
"O povo quer a mudança(...). Mas o governo, derrotado, quer sobreviver no futuro governo da oposição, impondo ao próximo presidente as amarras de sua política monetária, monitorada de fora pelo FMI e pela banca internacional", diz a nota.
Ao lado de Garotinho, estava seu vice, José Antônio Almeida, e seus assessores econômico e político, Tito Ryff e Roberto Amaral, respectivamente.
Serra
Candidato de FHC, José Serra deixou o encontro elogiando o acordo com o FMI, que classificou, como já havia feito, de "bastante positivo" e que "não implica em sacrifício adicional à economia".
Reunido por 1h15 com FHC, Serra também elogiou o presidente pela iniciativa de convocar os candidatos para conversar. Segundo ele, a iniciativa revelou preocupação com os interesses do Brasil acima dos interesses partidários e eleitorais.
Os presidentes do PSDB, José Aníbal, e do PMDB, Michel Temer, acompanhavam o tucano na reunião com FHC. No encontro, Serra também pediu ao presidente que estude uma alternativa para evitar que a alta do trigo reflita no preço do pãozinho.
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