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14/02/2008 - 08h02

Sem-terra invadem 16ª fazenda no Pontal em dez dias

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CRISTIANO MACHADO
Colaboração para a Agência Folha, em Iepê

Sem-terra ligados a José Rainha Jr. fizeram nova invasão no Pontal do Paranapanema (oeste de SP). De acordo com a Polícia Militar, cerca de 70 pessoas invadiram na madrugada de ontem a fazenda Esperança, em Iepê (oeste de SP).

Esta é a 16ª ação ocorrida na região em dez dias --das 16 fazendas tomadas desde o último dia 3, oito foram desocupadas por determinação da Justiça.

Organizada por Rainha Jr., a série de invasões, batizada de "Carnaval Vermelho", tem o objetivo de cobrar do governo do Estado a criação de mais assentamentos e a retirada do projeto de lei que regulariza áreas supostamente devolutas no Pontal. A proposta, que prevê a regularização de áreas acima de 500 ha em troca da criação de assentamentos, deve ser analisada pela Assembléia Legislativa a partir de março.

Ontem, o bispo responsável pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Estado, dom José Maria Libório, disse que vai pedir audiência com o governador José Serra (PSDB) e com o secretário de Justiça, Luiz Antônio Marrey, para "ampla discussão do tema".

Durante reunião com Rainha Jr. e outros líderes sem-terra do Pontal, o religioso fez críticas a Serra e ao projeto. "Não podemos consentir que o governador entregue, de graça, terras a grileiros", afirmou.

Em entrevista após o encontro, Libório disse ser favorável a invasões de fazenda "sem violência". "O MST não tem nenhuma outra forma que não seja a invasão para chamar a atenção para seu problema. Invasão é um protesto", disse.

O presidente nacional da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia, afirmou que o bispo faz "apologia o crime" ao defender invasões de fazendas.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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