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10/09/2002 - 15h04

Ciro diz que Serra tentará "destruir" Lula e quer PT mais ofensivo

ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio

O candidato da Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB) à Presidência, Ciro Gomes, cobrou hoje uma postura mais ativa por parte do PT em confrontar o candidato do governo, José Serra (PSDB), e criticou o estilo "paz e amor" que Lula vem apresentando.

"O PT atribui a mim a função de confrontar o Serra para ficar Lulinha paz e amor", disse o candidato, durante entrevista no auditório do jornal "O Globo", no Rio de Janeiro.

Ciro disse ter se tornado o único candidato que tem o papel de confrontar Serra e que o estilo mais pacífico de Lula poderia prejudicar a própria candidatura do petista.

"O PT está gostando dessa baixaria, mas o último bastião de resistência para que Lula não seja destruído de uma vez por todas sou eu. Daqui a pouco vai tudo para cima dele. Se este candidato do governo agora perceber que terá êxito, acho que vamos ver logo a destruição de Lula", afirmou Ciro.

Durante a entrevista, Ciro criticou Serra pelo seu modo de fazer a campanha, supostamente tentando destruir sua imagem. Segundo Ciro, a campanha do tucano seria baseada "na truculência, na invasão de privacidade e numa linguagem ditatorial e fascista".

"Quem atravessou no caminho dele não passou incólume", disse o pepessista. As críticas seguem o tom que Ciro tem adotado desde sexta-feira (6) para atacar o tucano.

Ele disse também que, embora respeite o PT, Lula não tem a experiência administrativa que ele tem. Sobre Garotinho, afirmou que o candidato do PSB "é muito Garotinho ainda", mas que teria potencial e futuro.

Ciro Gomes justificou a sua ampla base aliada, que inclui Leonel Brizola (presidente do PDT), Antonio Carlos Magalhães (ex-senador da Bahia pelo PFL) e Roberto Freire (presidente do PPS), porque seria preciso ter uma coalizão heterogênea para ter governabilidade.

Parlamentarismo
O candidato do PPS também afirmou que gostaria de ver o país no regime parlamentarista. Sobre as críticas de que ele seria machista, ele falou que foi o governador que mais colocou mulheres no poder, com cinco de suas secretarias ocupadas por mulheres.

O pepessista criticou as políticas compensatórias, ao dizer que eram fruto do receituário neoliberal do FMI e que só o bolsa-escola teria reflexo estrutural na economia, enquanto as outras só legitimariam a desigualdade social.

Ciro criticou o fato de o setor financeiro do país ter lucrado muito mais do que os setores produtivos e que a atual política econômica propiciaria esse resultado por causa das altas taxas de juros.

Segundo ele, a dívida interna seria indexada ao dólar, o que pode acabar num calote no futuro. "Eu não serei domesticado, não estou disposto a vender a alma e colocar a máscara. Prefiro serrar o braço, mas não me domestico."

Veja também o especial Eleições 2002
 

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