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CPI das ONGs vai investigar repasses da Finatec para a UnB
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Após dois meses de paralisia, a CPI das ONGs (organizações não-governamentais) retoma os trabalhos nesta semana no Senado Federal com a tarefa de investigar denúncias de irregularidades no repasse de recursos da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) para a UnB (Universidade de Brasília). A comissão votará nesta quarta-feira requerimentos de convocação do reitor da UnB, Timothy Mulholland, além de pedidos de quebra dos sigilos bancário e fiscal da fundação.
O presidente da CPI, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), disse que os repasses de entidades às universidades públicas federais terão prioridade nas investigações da comissão.
Colombo acredita que, inicialmente, a CPI deve analisar os dados fiscais e bancários da Finatec --antes de aprovar a convocação do reitor.
"Quebrar os sigilos deve ser a primeira etapa. Dependendo do que for encontrado, o reitor poderá ou não ser convocado a depor. É fundamental que a comissão retome os seus trabalhos", defendeu.
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, a Finatec teria gasto R$ 470 mil na compra de móveis luxuosos para a residência do reitor. Entre os gastos há a aquisição de três lixeiras (R$ 2.738), de equipamentos de TV e som (R$ 36.603), de telas artísticas (R$ 21.600) e 16 vasos com plantas diversas na cobertura (R$ 7.264).
Paralisia
Desde que o Congresso retomou os trabalhos, no início de fevereiro, a CPI não realiza reuniões públicas. A Folha Online apurou que a orientação do governo federal foi esvaziar a comissão --o que vem ocorrendo desde o final do ano passado--, uma vez que a CPI tem como foco investigar repasses do governo federal para ONGs.
Apesar da paralisia, Colombo disse acreditar que a comissão vai retomar os trabalhos nesta semana sem interferências políticas. "A CPI hoje tem estudos, evidências, ela anda por si só. Trabalhamos muito em janeiro e fevereiro, com reuniões internas. A fase mais difícil passou e a mais importante está chegando", disse o senador.
Integrante da CPI acusam, nos bastidores, o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) de seguir a orientação do Palácio do Planalto para não promover investigações a fundo na comissão. No ano passado, a CPI teve as atividades praticamente paralisadas depois que governistas se mobilizaram para rejeitar uma séria de requerimentos que tinham como objetivo aprofundar as investigações sobre ONGs ligadas ao governo federal.
Com ampla maioria na comissão, os governistas também evitaram que o petista Jorge Lorenzetti --conhecido como churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- fosse convocado a prestar depoimento à comissão para esclarecer repasses do governo à ONG UniTrabalho, da qual é colaborador.
Lorenzetti, ex-coordenador da área de inteligência da campanha à reeleição do presidente Lula, foi acusado de supostamente ter participado da articulação de dossiê que reuniria denúncias contra o então candidato José Serra (PSDB) --governador de São Paulo-- nas eleições de 2006. O suposto dossiê teria sido montado pela família Vedoin, pivô da máfia dos sanguessugas.
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