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23/09/2002 - 22h06

PT mostra empresários pró-Lula para acalmar mercado

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Depois de Eugênio Staub, presidente da Gradiente, uma das maiores empresas do setor eletroeletrônico do país, o PT mostrará no programa eleitoral do candidato Luiz Inácio Lula da Silva outros empresários declarando seu voto para o partido. Staub, amigo há quase 20 anos do candidato do PSDB, José Serra, apareceu no programa de sábado à noite do PT explicando os motivos que o levaram a trocar seu voto de Serra para Lula.

Entre os empresários que mostrarão seu rosto e seu voto nos próximos programas de Lula estão Ivo Rosset, presidente da Valisère, e Álvaro Colombo, proprietário da Colombo, rede de lojas de roupas masculinas.

Rosset, que já apareceu no programa de Lula, voltou hoje ao comitê nacional do PT para gravar uma nova participação.

Colombo, mais do que declarar seu apoio a Lula, responsabiliza a política econômica de Fernando Henrique Cardoso pela crise que o país enfrenta. "O meu setor encolheu 40%. De quem é a culpa, de Lula ou do governo FHC?", perguntou o empresário.

Além dos empresários que já divulgaram seu apoio a Lula, o comitê de campanha do PT está atrás de nomes de peso dentro da economia que mesmo sem votar no candidato, declaram sua confiança num eventual governo petista.

Esse é o caso do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Horacio Lafer Piva, que teria dito que confia no Lula, em sua seriedade e no seu comprometimento em honrar os compromissos econômicos assumidos pelo atual governo FHC, como o cumprimento das metas exigidas pelo FMI.

As entrevistas dos que confiam em Lula que não forem veiculadas no programa eleitoral de Lula na TV serão divulgadas no site do candidato na internet. Estão nesta lista empresários como Flávio Rocha, vice-presidente do grupo Guararapes e Paulo Skaf, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil).

Rocha por exemplo, vota em Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, mas disse ao comitê de campanha do PT que confia num eventual governo de Lula.

Entre os pesos-pesados que declararam confiança a Lula estão adversários históricos do PT, como o deputado federal Delfim Netto (PPB-SP) ou figuras polêmicas, como o economista Ibrahim Eris, ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Collor.

O objetivo do partido é usar as declarações de empresários e nomes respeitados pelo mercado financeiro para acabar com as especulações que existem sobre uma eventual vitória de Lula. O PT quer deixar claro em seu programa de TV e na internet que Lula é um candidato respeitado pelos empresários e que sua candidatura não oferece nenhum risco para a economia do país.

Alimentado pelos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto e sobre os rumores de novos levantamentos que serão divulgados nos próximos dias, o dólar fechou cotado a R$ 3,57 para venda e R$ 3,565 para compra. Esse é o valor de fechamento mais alto desde a implantação do Plano Real.

Operadores do mercado financeiro disseram que a alta da moeda norte-americana é resultado do crescimento da candidatura de Lula, que ofereceria riscos para a economia do país.

Indignado com comentários como esse, o candidato do PT ao Senado de São Paulo, o deputado federal Aloizio Mercadante disse que rumores como esse são frutos de agentes do mercado financeiro que ganham dinheiro com a especulação e aproveitam para fazer campanha para o candidato José Serra (PSDB).

Leia mais no especial Eleições 2002
 

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