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27/10/2002 - 20h07

Garotinho diz que não impedirá participação do partido no governo Lula

MURILO FIUZA DE MELO
enviado especial a Campos (RJ)

Apesar de manter o discurso de independência em relação a um possível governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), disse hoje que não fará "objeção" à participação de seu partido na administração do petista.

Em tom conciliador, pouco antes de votar, em Campos (norte fluminense), ele desejou sucesso a Lula e pediu paciência aos brasileiros para que o petista possa fazer "as mudanças necessárias ao país".

"O PSB não se furtará de dar apoio que seja para o bem do Brasil", disse Garotinho, acompanhado da mulher, a governadora eleita do Rio, Rosinha Matheus (PSB).

Fortalecido pelo terceiro lugar que obteve no primeiro turno da eleição presidencial, o ex-governador voltou a dizer que não aceitará nenhum cargo no novo governo e manteve o discurso de que o PSB deve fazer uma "oposição propositiva".

"É hora de fortalecermos o Lula para as mudanças, mas isso não quer dizer que não tenhamos as nossas idéias próprias e o nosso partido próprio. Nós somos o PSB, não somos o PSB-PT", disse.

Segundo Garotinho, oposição propositiva se traduz em independência para votar contra futuros projetos enviados ao Congresso pelo presidente eleito que sejam contrários aos interesses dos socialistas. "Tudo o que Lula precisar aprovar e as forças conservadoras, por acaso, colocarem obstáculos, nós apoiaremos. Agora, tudo aquilo que acharmos ruim para o povo, nós teremos que ter a liberdade de ser críticos, até para ajudá-lo."

Apesar da declaração de independência de Garotinho, o PSB deve aderir ao novo governo, caso Lula seja eleito. A Executiva Nacional do partido anuncia nesta semana, provavelmente na próxima quinta-feira, em Brasília, sua posição oficial.

Garotinho evitou criticar as alianças dos petistas com políticos conservadores e as contradições no discurso de campanha de Lula. Há cinco dias, em entrevista à Folha, o ex-governador disse que as contradições do PT deram argumentos à campanha do medo feita pelo tucano José Serra.

A entrevista de Garotinho repercutiu mal dentro do PSB. Para mostrar que está afinado com os dirigentes do partido, ele repetiu ontem frase que vem sendo dita pelo vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, de que a vitória de Lula por ampla maioria dos votos é necessária para lhe dar tranquilidade para governar.

"Um presidente que ganha com uma votação expressiva fica respaldado pelo povo para fazer as mudanças que o Brasil precisa", disse, seguindo o exemplo de Amaral.

O ex-governador afirmou esperar, no entanto, que Lula aumente o salário mínimo para R$ 280 em 1º de maio _ uma das principais bandeiras de campanha de Garotinho. "A minha proposta é viável e espero isso [o aumento], com certeza", afirmou. No debate da TV Globo, Lula se esquivou de dizer para quanto o mínimo seria aumentado.

Acompanhado da mulher, Garotinho saiu às 9h15 para votar e, em frente de sua casa, no bairro da Lapa, foi recebido por políticos e eleitores. O casal parou para ouvir uma orquestra de violinos, formado por seis crianças, que tocaram a música "Eu Sei que Vou Te Amar", em homenagem aos dois.

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