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27/10/2002 - 21h26

Fazenda e BC são as áreas de maior especulação do governo Lula

da Folha Online

O futuro governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva será delineado a partir desta terça-feira (29 de outubro) com a indicação da equipe de transição, responsável em coletar dados sobre o atual governo Fernando Henrique Cardoso.

Já são nomes certos na coordenação da equipe, que contará com 51 membros, o presidente do PT (José Dirceu), o prefeito de Ribeirão Preto (Antônio Palocci), o assessor econômico Guido Mantega, o secretário-geral do PT (Luiz Dulci) e coordenador do programa de Previdência do PT (Luiz Gushiken).

Dirceu e Palocci estão cotados também para assumirem um ministério. O presidente da legenda já é o principal articulador político do presidente eleito e pode assumir a Casa Civil ou o Ministério da Justiça. Palocci, responsável pela elaboração do programa de governo e pelos contatos com o empresariado, pode assumir o Planejamento.

Lula deve reservar ao PT fatia significativa nos 25 cargos de seu futuro ministério, como de praxe. Ele não abre mão de contar com um "companheiro" nas áreas de Casa Civil, Planejamento, Educação, Justiça, Previdência, Trabalho e Relações Exteriores. Devem entrar na mesa de negociação Saúde, Ciência e Tecnologia, Esportes, Cultura, Agricultura, Reforma Agrária e Indústria e Comércio e cargos de segundo e terceiro escalões.

Também estão cotados para assumir um ministério o coordenador da agenda de Lula, Gilberto Carvalho, e o coordenador do programa e braço-direito de Dirceu, Luiz Gushiken. O primeiro pode ser chefe de Gabinete.

Já o segundo teria recusado a proposta de assumir a Previdência, pois está sob tratamento médico. No entanto Gushiken ainda pode ser convencido, já que é um dos nomes que contam melhor trânsito nos diversos segmentos da sociedade -é o preferido pelos fundos de pensão, por exemplo.

Os indicados para a Fazenda e o Banco Central, as áreas que mais interessam ao mercado financeiro e aos investidores internacionais, são também os cargos onde a especulação é maior. Dentro do PT, fala-se que o partido deve "terceirizar" a área econômica e convidar personalidades respeitadas pelo mercado financeiro.

Especula-se um empresário. Na lista de "cotáveis", já foram citados Eugênio Staub (Gradiente), Lawrence Pih (Moinho Pacífico) e Sérgio Haberfeld (Dixie-Toga). João Sayad, secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo (PT), também está na lista.

Para o Banco Central, Lula deve convidar um profissional com perfil de "operador" de mercado, mas alinhado ao programa do PT. O mais cotado é Sérgio Werlang, ex-diretor do Banco Central e atual diretor do banco Itaú, que já vem participando de reuniões do PT com instituições financeiras internacionais.

Aliados próximo do presidente dizem que nem ele sabe ainda quem ocupará os cargos, fundamentais para assegurar ao mercado uma transição de governo tranqüila e pacífica.

Apesar de o mercado dirigir seu foco de interesse para a equipe econômica, Lula já afirmou que a Fazenda e o Banco Central não serão as principais áreas. O principal ministério será o Planejamento, responsável por adequar a política econômica às metas de crescimento econômico, geração de emprego, exportações e políticas sociais.

O senador eleito Aloizio Mercadante, que ao lado de Palocci desempenhou um papel importante na aproximação de Lula com o mercado financeiro, deve ficar fora do futuro ministério. Pelo menos num primeiro momento.

O suplente José Giácomo Baccarin disse que Mercadante deve mesmo ir ao Senado para fortalecer as articulações políticas na Casa.

"Ele [Mercadante] reúne todas as qualidades para ocupar um cargo executivo num eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o partido acha que Mercadante, pelo menos no começo do governo, será mais importante no Senado", disse Baccarin.

Sem o "sonho" de passar de suplente a senador, Baccarin acredita que poderá vir a contribuir com um possível governo de Lula na área da Agricultura. Mas não como ministro. "Não tenho cacife para isso. Até porque o PT não poderá ocupar todos os ministérios com gente do próprio partido."

José Genoino, ex-candidato ao governo de São Paulo, também pode vir a ocupar um ministério, ou receber a presidência do PT, no lugar de Zé Dirceu.

Lula deve implementar também uma reforma ministerial, com a criação de um superministério, com o nome provável de Ministério das Cidades, para cuidar de questões como habitação, saneamento e transportes urbanos. Algumas secretarias podem ganhar status de ministério, casos de Combate à Fome, de Segurança Pública, de Mulheres e de Combate ao Racismo.

Outra novidade do governo deve ser a criação de um Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, organismo de consulta no qual estão previstos notáveis do PT, como o economista Paul Singer, e de fora, como Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Delfim Netto, Luciano Coutinho e Luiz Gonzaga Belluzzo, muito possivelmente sob a coordenação de Guido Mantega, um dos porta-vozes econômicos do partido.

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