Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/12/2002 - 06h46

Doação para campanha do PT cresce 673%

LUCIO VAZ
SILVANA DE FREITAS

da Folha de S.Paulo, em Brasília

As doações para as campanhas mais que dobraram nas últimas eleições, numa comparação com 1998, e colocaram o PT entre os grandes partidos também na parte financeira. As arrecadações do partido pularam de R$ 12 milhões naquele ano para R$ 92,8 milhões, um crescimento de 673%.

O total das doações para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais aumentou de R$ 276 milhões para R$ 580 milhões, um aumento de 110%. O PSDB manteve a liderança nas arrecadações, passando de R$ 105,8 milhões para R$ 147,8 milhões (40% a mais).

O PT superou partidos tradicionais em receita farta como o PFL, que recebeu R$ 77,8 milhões (45% a mais), e o PMDB, que arrecadou R$ 73,6 milhões (61% a mais). O PPS também cresceu, pulando de R$ 2 milhões em 1998 para R$ 48 milhões neste ano.

Esses dados foram obtidos das prestações de contas registradas na Justiça Eleitoral. Os aumentos desconsideram a inflação de 76% (IGP-M de novembro de 1998 a novembro deste ano).

Neste ano, as 20 maiores campanhas para deputado federal totalizaram R$ 20,3 milhões, sendo que cinco delas superaram R$ 1 milhão. Há quatro anos, essa soma era de R$ 13,6 milhões, e apenas um candidato ultrapassou essa marca. As cem maiores campanhas deste ano para a Câmara somaram R$ 62 milhões _um terço do total: R$ 186,2 milhões.

As dez maiores receitas da disputa ao Senado somaram R$ 20,9 milhões e variaram de R$ 1,79 milhão, de Heráclito Fortes (PFL-PI), a R$ 2,46 milhões, de Hélio Costa (PMDB-MG). O total arrecadado entre os candidatos ao Senado foi R$ 70,1 milhões.

Campeões
O campeão de arrecadação na disputa pela Câmara foi o secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), com R$ 2,4 milhões, o que não garantiu a sua reeleição. O campeão de 1998, Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ), que fez campanha com R$ 1,8 milhão, neste ano ficou em segundo lugar, com R$ 1,7 milhão.

O terceiro colocado é o industrial João Lyra (PTB-AL), com várias campanhas milionárias. A dele, integralmente autofinanciada, custou R$ 1,21 milhão.

Ainda em Alagoas, destacam-se João Caldas (PL), reeleito com gasto de R$ 981,5 mil, e Arnon Affonso Mello, filho do ex-presidente Fernando Collor, derrotado apesar dos R$ 471,5 mil.

Já na Bahia, Fábio Souto (PFL), filho do governador eleito, Paulo Souto, garantiu a eleição com um pouco mais: R$ 499 mil. Outro "herdeiro" político no Nordeste é Leonardo Alcântara (PSDB-CE), filho do governador eleito Lúcio Alcântara. Ele também se elegeu com uma campanha bem abastecida, que totalizou R$ 389,2 mil.

Entre os 20 maiores arrecadadores da disputa para deputado, estão figuras conhecidas como o ex-presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP), com R$ 785,5 mil, e o futuro presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, eleito pelo PSDB de Goiás com R$ 917 mil, mas também novatos, como o empresário Tatico (PSD-DF), que obteve R$ 802,4 mil.
Na relação entre arrecadação e votos, o PSDB figura como recordista. Cada mandato tucano na Câmara "custou" R$ 540 mil na média. O "preço" médio do mandato dos petistas foi R$ 205 mil.

Cada um dos seis mandatos da bancada do Prona, eleita com 1.573.642 votos de Enéas Carneiro (SP), custou R$ 27,7 mil.

Efeito Lula
A liderança de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República permitiu aos candidatos petistas usufruir de campanhas mais caras que as anteriores. A arrecadação dos candidatos do PT ao Congresso subiu de R$ 6,1 milhões, em 1998, para R$ 25,3 milhões neste ano.

O deputado José Dirceu (SP), que presidiu o partido nos últimos sete anos, é um exemplo. Fez campanha de R$ 600,3 mil, contra o gasto de R$ 250,5 mil em 98.

Dirceu informou, por sua assessoria, que precisou gastar mais neste ano para compensar a ausência em muitos eventos em razão da necessidade de coordenar a campanha de Lula.

O candidato do partido à presidência da Câmara, João Paulo Cunha (SP), fez uma campanha modesta em 98, com R$ 80,1 mil, e agora gastou R$ 270,7 mil.

Outro exemplo de campanha petista bem-sucedida financeiramente é a de Sigmaringa Seixas (DF), eleito deputado com R$ 521,6 mil. Amigo de Lula, contou com a recomendação expressa dele na sua campanha na TV.

O próprio presidente eleito, habituado aos orçamentos restritos das três disputas anteriores, teve relativa fartura desta vez, contabilizando R$ 33 milhões. Em 98, foram R$ 3,9 milhões.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página