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18/01/2003 - 06h34

Empresas doaram dinheiro a ministro dos Transportes

da Agência Folha
Free-lance para a Agência Folha, em Belo Horizonte

A CPA Consultoria e a Líder Engenharia doaram R$ 5.500 em 1994 para a campanha ao terceiro mandato na Assembléia Legislativa de Minas Gerais do hoje ministro dos Transportes, Anderson Adauto. As duas empresas integram um grupo acusado de desviar R$ 4 milhões da Prefeitura de Iturama (MG).

Além da doação, um dos sócios da CPA, Rômulo de Souza Figueiredo, foi o contador da campanha e assessorou Adauto em 1999 e 2000. Já se sabia que outro sócio da CPA, Sérgio José de Souza, foi assessor de Adauto de 1987 até o último dia 10, quando apresentou pedido de exoneração do Ministério do Trabalho.

As novas revelações fragilizam ainda mais a afirmação inicial do ministério de que a única relação existente entre Adauto e as empresas suspeitas é uma coincidência nos endereços.

Na edição desta semana, a revista "IstoÉ" trouxe reportagem afirmando que um esquema formado por empresas fantasmas e que contaria com a colaboração da Prefeitura de Iturama fraudou em R$ 4 milhões os cofres do município em 1996.

A reportagem se baseou em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara Municipal da cidade, que afirmou em seu relatório que Adauto, então deputado estadual em Minas pelo PMDB (hoje está no PL), "cedeu seu escritório em Uberaba" para a formação de um grupo de empresas destinadas a fraudar a prefeitura de Iturama.

Em resposta à reportagem, o ministério divulgou nota dizendo que a única relação entre Adauto e o caso era o fato de o hoje ministro ter alugado um imóvel locado anteriormente pelas empresas.

Colegas de faculdade
Como mostram as constatações acima, a história não é bem essa, mesmo porque a relação entre Adauto e os sócios da CPA não é restrita ao campo profissional. O ministro dos Transportes, Souza e Figueiredo são amigos, sendo que os dois primeiros foram colegas de faculdade.

Outra afirmação do ministério na nota, a de que a Procuradoria de Justiça de Minas Gerais pediu o arquivamento da investigação por não ver relação de Adauto com o caso, é verdadeira, mas está caducando.

O procurador Gilvan Franco vai pedir à Procuradoria Geral da República que investigue a ligação entre o ministro e a CPA. O pedido se baseia na suspeita de que a empresa fraudou licitações em outra cidade mineira, Tapira, entre 1997 e 2000.

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