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13/02/2003 - 08h14

Medidas de Lula "coroam" o que eu dizia, afirma FHC

da Folha de S.Paulo, em Madri

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou ontem, em Madri, que as medidas de austeridade tomadas pelo governo Lula nesta semana são "uma espécie de coroação" do que ele dizia.

A afirmação foi feita para políticos e empresários espanhóis -entre eles os presidentes do Banco Santander e da Telefônica- durante uma conferência de 55 minutos, na Casa da America.

"O presidente [Lula] tomou decisões muito austeras. Isso parece uma espécie de coroação do que eu disse. Demonstra que [as medidas de meu governo] não eram trabalho apenas de um presidente, mas o resultado de um processo", disse FHC para 80 pessoas, todos convidados do Banco Santander Central Hispano.

FHC também afirmou que está otimista com o Brasil, porque o país teria ultrapassado "a linha de perigo", consolidando a democracia e estabilizando as instituições. "Não haverá no Brasil decisões que queiram romper com tudo, criar de novo a roda."

Por duas vezes ao menos, ele comparou o processo por que passou a Argentina com o que ocorreu no Brasil na mesma época, em seu governo. Primeiro, afirmou que a crise argentina atual não é apenas econômica, mas política e institucional.

"Não basta mudar, é preciso uma estrutura organizacional e reformas institucionais que permitam as mudanças. O que aconteceu no Brasil foi mais que uma estabilização econômica: foi uma estabilização da sociedade e um fortalecimento das instituições. Foi isso que permitiu a transição de governo", disse FHC.

Também contrastou, alusivamente, o modelo de privatização argentino ("eles abriram tudo") com o que ele próprio adotou no Brasil. "Nós mantivemos uma posição intermediária entre a necessidade de privatizar e manter algo que permitisse ao governo ter capacidade de movimentação."

"A favor de uma globalização solidária: uma perspectiva brasileira" era o tema da conferência. O ex-presidente falou o tempo todo em espanhol, sem consultar suas anotações. O ex-presidente está em Madri para assumir as funções de presidente do Clube de Madri, formado por ex-chefes de Estado e de governo, e encontrar-se com o primeiro-ministro José Maria Aznar e o rei Juan Carlos.
 

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