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10/04/2003 - 15h08

Economistas dizem que governo Lula está dividido em três grupos

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva está dividido em três grupos: o primeiro é comandado pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu; o segundo está ligado ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci; e o terceiro é formado pelos integrantes do ''Velho PT''.

A divisão foi feita hoje pelos economistas José Márcio Camargo, Gustavo Loyola, José Roberto Mendonça de Barros, que participaram do 6º Seminário Perspectivas da Economia Brasileira para 2003, realizado pela Tendências, em São Paulo (SP).

Para Mendonça de Barros, os grupos de Dirceu e Palocci têm mostrado sintonia e garantido o equilíbrio do governo de Lula. Ele afirmou ainda que o governo tem, pela primeira vez em 30 anos, uma figura que acumula as tarefas de coordenação política e administrativa, que é José Dirceu.

''O governo sempre se dividiu entre um coordenador administrativo e outro político. Dirceu acumular essas duas tarefas para mim é sintomático na forma como o governo Lula imagina a administração'', disse Barros.

No entanto, segundo os economistas, o ''Velho PT'' pode prejudicar a administração de Lula se não entrar em sintonia com os grupos comandados por Dirceu e Palocci. Entre os representantes desta ala estariam os ministros Miro Teixeira (Comunicações), Dilma Roussef (Minas e Energia) e a deputada federal Telma de Souza (PT-SP).

Estes três, segundo os economistas, emitem para o mercado sinais contrários aos compromissos econômicos e políticos firmados por Dirceu e Palocci.

''A ministra [Dilma Roussef] vive o problema do círculo. Ela reconhece que o setor de energia não pode ser 100% estatal e investe contra as agências reguladoras e os contratos já firmados, ao não honrar o cálculo de reajustes tarifários ali previstos. É um círculo que não se fecha'', indicou.

Eles também criticaram a indicação de Ildo Sauer para a diretoria de Gás da Petrobras, por ser uma pessoa ''contra a a geração de energia em usinas termoelétricas'', apesar de a estatal estar envolvida em vários projetos desse tipo.

Loyola aproveitou o gancho e fez mais uma provocação. ''Espero que o diretor de Gás da Petrobras não seja contra o uso do gás de cozinha.''

Camargo também ironizou a equipe de Lula e disse esperar que o responsável pela análise dos transgênicos não seja contra o uso do óleo de soja.

''Estamos vivendo um momento perigoso na tecnologia. Podemos ter uma bomba com o desmonte que está sendo feito pelo ministro de Ciência e Tecnologia'', disse Camargo.
 

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