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09/05/2003 - 08h13

CNBB elege conservador para Pastoral Social

RAFAEL CARIELLO
da Folha de S.Paulo, em Indaiatuba

Um bispo tido como conservador e ligado à Renovação Carismática foi eleito ontem para o setor de Pastoral Social da CNBB pela 41ª Assembléia Geral da entidade, que termina hoje em Itaici, distrito de Indaiatuba (SP).

D. Aldo Pagotto, 53, bispo de Sobral (CE) e membro da "Pastoral de Convivência com o Semi-Árido", venceu d. Demétrio Valentini, ligado aos progressistas, que já havia sido derrotado pelo moderado d. Odilo Scherer, bispo auxiliar de São Paulo, na disputa pela Secretaria Geral da CNBB.

Bispos progressistas, que preferiram não ser identificados, falam que a entidade sai um pouco mais conservadora e menos crítica de Itaici este ano. Sobre a eleição de d. Aldo, alguns chegaram a falar em "retrocesso". D. Amaury Castanho, bispo de Jundiaí (SP) e um dos principais articuladores do lado dos "conservadores" -ele rejeita o termo, dizendo que todo bispo é conservador-, afirma que a CNBB ficou "mais moderada". "Estou mais do que satisfeito, conseguimos mais do que o esperado", disse.

A secretaria geral é o principal cargo executivo da entidade. O setor de Pastoral Social costuma ser a principal voz crítica da CNBB.

Questionado se a entidade manteria o tom "radical" no "Grito dos Excluídos" -evento, de cuja organização participa o setor de Pastoral Social, que reúne no Sete de Setembro organismos como a Pastoral da Terra, a Pastoral do Povo de Rua e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)-, d. Aldo disse: "Vamos partir para o diálogo, e não para o confronto".

"Não queremos romper com essa tradição bonita da igreja no Brasil que se importa com a questão social, apenas excluímos qualquer ideologia de partidos ou grupos de pressão", afirmou.

D. Amaury lembra que o perfil final da Pastoral Social depende ainda da escolha, pelo conselho permanente da CNBB, de outros bispos para compô-la.

"Seitas"

Outro sinal do conservadorismo maior da entidade a partir de agora aparece nas diretrizes da CNBB para os próximos quatro anos. Segundo d. Benedito Beni dos Santos, bispo auxiliar de São Paulo, que falou à imprensa ontem sobre o texto, pela primeira vez a CNBB incluiu no documento uma preocupação explícita com o avanço de igrejas neopentecostais, usando o termo "seitas" e atacando o que chamaram de "teologia da prosperidade".

"O documento se refere à religião que promete emprego, sucesso etc.", disse d. Benedito.
 

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