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10/05/2003
-
05h33
da Agência Folha
Quase 15 anos depois da morte de Chico Mendes, o Ministério Público do Acre vai propor a instalação de inquérito complementar para investigar o envolvimento de outros suspeitos no assassinato do líder seringueiro.
Uma nova testemunha, que só deve prestar depoimento oficialmente na próxima semana, afirmou que o crime não foi tramado apenas pelos fazendeiros Darly e Darci -que, condenados pelo assassinato, estão atualmente em regime de semiliberdade.
Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, tinha 44 anos quando foi morto a tiros, em 22 de dezembro de 1988, no quintal de sua casa, em Xapuri (AC). O município recebe hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai visitar o túmulo do sindicalista.
O assassinato do líder dos seringueiros do Acre teve repercussão no exterior. Suas atividades em defesa dos recursos naturais da Amazônia provocavam confrontos com lideranças rurais e políticas da região.
Em 1991, o fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira, foram condenados a 19 anos de prisão pelo crime. Os jurados concluíram que Darci matou Chico Mendes a mando de seu pai.
Os dois fugiram em dezembro de 1993 da penitenciária Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco (AC), e foram recapturados pela Polícia Federal em 1996. Três anos depois, Darly conquistou o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar, e Darci, em regime semi-aberto (na Papuda, em Brasília).
O Ministério Público do Acre acredita que as informações trazidas pela nova testemunha indicam que o caso não está encerrado. A testemunha seria um preso que está sendo protegido e mantido sob sigilo.
A testemunha tem "credibilidade", na avaliação do Ministério Público, e suas informações citam um grupo de pessoas ainda não investigadas -entre elas, autoridades policiais- como envolvidas no crime.
A promotoria de Justiça acredita que a apuração do assassinato não foi completa, na época, por causa do envolvimento de autoridades coniventes com os fazendeiros na investigação.
A opinião é corroborada pela viúva do líder seringueiro, Ilzamar Gadelha Mendes. "Sempre achamos que o Darly não agiu sozinho", disse ela. Ela lamentou o fato de os condenados não estarem presos, e disse que viu Darly circulando por Xapuri há cerca de 20 dias. A Agência Folha não conseguiu entrar em contato com eles ou com seus advogados.
Caso Chico Mendes volta a ser investigado
MAURO ALBANOda Agência Folha
Quase 15 anos depois da morte de Chico Mendes, o Ministério Público do Acre vai propor a instalação de inquérito complementar para investigar o envolvimento de outros suspeitos no assassinato do líder seringueiro.
Uma nova testemunha, que só deve prestar depoimento oficialmente na próxima semana, afirmou que o crime não foi tramado apenas pelos fazendeiros Darly e Darci -que, condenados pelo assassinato, estão atualmente em regime de semiliberdade.
Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, tinha 44 anos quando foi morto a tiros, em 22 de dezembro de 1988, no quintal de sua casa, em Xapuri (AC). O município recebe hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vai visitar o túmulo do sindicalista.
O assassinato do líder dos seringueiros do Acre teve repercussão no exterior. Suas atividades em defesa dos recursos naturais da Amazônia provocavam confrontos com lideranças rurais e políticas da região.
Em 1991, o fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira, foram condenados a 19 anos de prisão pelo crime. Os jurados concluíram que Darci matou Chico Mendes a mando de seu pai.
Os dois fugiram em dezembro de 1993 da penitenciária Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco (AC), e foram recapturados pela Polícia Federal em 1996. Três anos depois, Darly conquistou o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar, e Darci, em regime semi-aberto (na Papuda, em Brasília).
O Ministério Público do Acre acredita que as informações trazidas pela nova testemunha indicam que o caso não está encerrado. A testemunha seria um preso que está sendo protegido e mantido sob sigilo.
A testemunha tem "credibilidade", na avaliação do Ministério Público, e suas informações citam um grupo de pessoas ainda não investigadas -entre elas, autoridades policiais- como envolvidas no crime.
A promotoria de Justiça acredita que a apuração do assassinato não foi completa, na época, por causa do envolvimento de autoridades coniventes com os fazendeiros na investigação.
A opinião é corroborada pela viúva do líder seringueiro, Ilzamar Gadelha Mendes. "Sempre achamos que o Darly não agiu sozinho", disse ela. Ela lamentou o fato de os condenados não estarem presos, e disse que viu Darly circulando por Xapuri há cerca de 20 dias. A Agência Folha não conseguiu entrar em contato com eles ou com seus advogados.
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