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10/05/2003
-
06h12
O delegado da Polícia Federal Gesival Gomes, responsável pelo inquérito que apura as responsabilidades pelos grampos ilegais na Bahia, ocorridos entre março e setembro do ano passado, recebeu ontem duas fitas com conversas obtidas com as escutas telefônicas do ano passado.
São 16 gravações com diálogos do deputado Geddel Vieira Lima (PSDB-BA) e do ex-deputado Benito Gama (PMDB-BA). A fita foi recebida no ano passado pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha. O material foi entregue mediante pedido judicial.
Em depoimento ao delegado, Rodrigues alegou o sigilo da fonte e não forneceu detalhes de como a fita chegou a suas mãos. Segundo a Constituição de 88, o jornalista tem assegurado o direito.
Próximos passos
Ontem, Gomes pediu novo prazo para o fim das investigações à Justiça. A praxe é a concessão de mais 60 dias. Assim que receber a confirmação de mais tempo, o delegado convocará o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para depor. Como parlamentar, ACM tem a prerrogativa de combinar data, hora e local.
"Já existem testemunhas e fatos que levam a essa conclusão [de que ACM é o mandante dos grampos]. Mas consideramos precoce nos pronunciarmos oficialmente a respeito antes de ouvir o senador", disse o delegado.
Além de ACM, Gomes vai ouvir o jornalista Fernando César Mesquita, assessor de imprensa do pefelista, o deputado federal Paulo Magalhães, quatro juízes baianos e três diretores da operadora de telefone celular TIM/Maxitel.
Uma curiosidade descoberta pelo delegado é a autorização de grampo concedida por um juiz da vara de família de Salvador. A lei que rege o assunto prevê escuta apenas para ações penais.
CPI mista
O presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), se reuniu ontem com os deputados pepessistas Colbert Martins (BA), que apresentou a nova lista de 1.094 autorizações de grampo no plenário da Casa, e Raul Jungmann (PE), para a abertura de uma CPI mista no Congresso.
A comissão, formada por deputados federais e senadores, investigaria os grampos telefônicos irregulares da Bahia. Ontem mesmo, segundo Freire, eles começaram a colher assinaturas.
Folha entrega fitas de grampo a delegado da PF
da Folha de S.Paulo, em BrasíliaO delegado da Polícia Federal Gesival Gomes, responsável pelo inquérito que apura as responsabilidades pelos grampos ilegais na Bahia, ocorridos entre março e setembro do ano passado, recebeu ontem duas fitas com conversas obtidas com as escutas telefônicas do ano passado.
São 16 gravações com diálogos do deputado Geddel Vieira Lima (PSDB-BA) e do ex-deputado Benito Gama (PMDB-BA). A fita foi recebida no ano passado pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha. O material foi entregue mediante pedido judicial.
Em depoimento ao delegado, Rodrigues alegou o sigilo da fonte e não forneceu detalhes de como a fita chegou a suas mãos. Segundo a Constituição de 88, o jornalista tem assegurado o direito.
Próximos passos
Ontem, Gomes pediu novo prazo para o fim das investigações à Justiça. A praxe é a concessão de mais 60 dias. Assim que receber a confirmação de mais tempo, o delegado convocará o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) para depor. Como parlamentar, ACM tem a prerrogativa de combinar data, hora e local.
"Já existem testemunhas e fatos que levam a essa conclusão [de que ACM é o mandante dos grampos]. Mas consideramos precoce nos pronunciarmos oficialmente a respeito antes de ouvir o senador", disse o delegado.
Além de ACM, Gomes vai ouvir o jornalista Fernando César Mesquita, assessor de imprensa do pefelista, o deputado federal Paulo Magalhães, quatro juízes baianos e três diretores da operadora de telefone celular TIM/Maxitel.
Uma curiosidade descoberta pelo delegado é a autorização de grampo concedida por um juiz da vara de família de Salvador. A lei que rege o assunto prevê escuta apenas para ações penais.
CPI mista
O presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), se reuniu ontem com os deputados pepessistas Colbert Martins (BA), que apresentou a nova lista de 1.094 autorizações de grampo no plenário da Casa, e Raul Jungmann (PE), para a abertura de uma CPI mista no Congresso.
A comissão, formada por deputados federais e senadores, investigaria os grampos telefônicos irregulares da Bahia. Ontem mesmo, segundo Freire, eles começaram a colher assinaturas.
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