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18/09/2003 - 21h28

Lançado em abril, Fome Zero para índios ainda não saiu do papel

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

Lançado pelo ministro José Graziano (Segurança Alimentar) no dia 14 de abril, em Dourados (219 km de Campo Grande), o programa Fome Zero para índios ainda não saiu do papel. O projeto prevê a aplicação de R$ 5,5 milhões principalmente na compra de sementes, de óleo diesel e máquinas para a produção agrícola nas aldeias.

O administrador regional da Funai (Fundação Nacional do Índio), Jonas Rosa, 50, disse que com o atraso no projeto os índios estão perdendo o período de plantio de arroz, feijão e milho. O programa deveria beneficiar 11.330 guaranis, caiuás e terenas da região de Dourados.

Em protesto contra o atraso no projeto Fome Zero, os índios bloquearam ontem uma rodovia estadual que corta as aldeias.

Pelo convênio assinado por Graziano em abril, o governo do Estado ficou responsável por executar o programa. A secretária estadual da Assistência Social, Trabalho e Economia Solidária, Eloísa Castro Berro, disse hoje à Agência Folha que R$ 3 milhões dos R$ 5,5 milhões foram liberados "há poucos dias".

Segundo ela, o governo estadual prepara agora as licitações para compra de sementes e demais insumos agrícolas.

"A preocupação dos índios não é com o dinheiro, mas com o tempo que está se perdendo. A licitação vai terminar em outubro ou novembro. Até a fábrica entregar os produtos, colocar nos caminhões e chegar às aldeias já vai ser dezembro", afirmou Rosa.

Desnutridos

Os índios guaranis e caiuás enfrentam, segundo dados da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), grave problema de desnutrição. Em aldeias do extremo sul do Estado, a taxa de mortalidade infantil superava no ano passado a marca de 70 por mil nascidos vivos (a média nacional é 29,6 por mil).

Durante o lançamento do programa Fome Zero para os índios, um grupo de guaranis fez uma apresentação de dança para o ministro Graziano. Na ocasião, o projeto foi apresentado a uma platéia lotada de guaranis e caiuás no ginásio da cidade.

O administrador da Funai disse que já não consegue falar com os responsáveis pelo Fome Zero em Dourados para cobrar a execução do projeto. "Os índios ficam esperando e a pressão é grande", afirmou Rosa.
 

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