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22/09/2003 - 06h04

Na ONU, Lula vai pedir vaga no Conselho de Segurança

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Nova York

No primeiro dia de compromissos oficiais de sua viagem aos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia um corpo-a-corpo para tentar assegurar ao Brasil uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Lula terá encontros com chefes de Estado e almoçará às 13h30 com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Ao participar hoje às 10h30 como palestrante do seminário "Combatendo o Terrorismo pela Humanidade", Lula deverá insistir na idéia de multilateralismo nas resoluções de conflitos e na reformulação da ONU, inclusive de seu Conselho de Segurança. Discretamente, Lula marcará nova posição contra os EUA, país que colocou a ONU na berlinda ao insistir numa política externa unilateralista. A intervenção no Iraque levou as Nações Unidas à sua maior crise desde a criação, em 1946.

No seminário sobre terrorismo deverão estar presentes pelo menos 25 chefes de Estado, entre eles o chanceler alemão, Gehard Schroeder, e o primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi. Kofi Annan participará do seminário e almoçará com Lula, que oferecerá um almoço nas Nações Unidas ao secretário-geral da entidade. Após o almoço, Lula se encontrará, às 14h45, com o presidente da França, Jacques Chirac. Até ontem não estava confirmado um encontro com o presidente dos EUA, George W. Bush.

Terror e paz

O brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante da ONU no Iraque que morreu num atentado no mês passado, deverá ser homenageado por Lula no seminário de hoje sobre terrorismo. A homenagem servirá de gancho para Lula insistir no fim da política unilateral norte-americana para resolução de conflitos.

O presidente deverá dizer que só uma ação multilateral, com envolvimento de diversos países, poderá levar a um combate efetivo do terrorismo. Deverá falar que foi um erro a guerra dos EUA contra o Iraque sem o aval da ONU, como mostram percalços recentes e constantes das forças de ocupação norte-americanas e britânicas no território iraquiano.

Além das articulações para obter ganhos comerciais, como o G-23 (grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil), ações para tentar garantir ao Brasil assento permanente no Conselho de Segurança da ONU fazem parte do pacote de política externa agressiva em relação aos EUA.

Com o presidente francês, Lula tentará abordar os dois assuntos. Na frente comercial, tentará dividir europeus e norte-americanos, todos defensores de um forte protecionismo agrícola. Na geopolítica, fará coro com a França para criticar a ação dos EUA no Iraque e no Oriente Médio.

Hotel sofisticado

Na última hora, o presidente desistiu de se hospedar na residência oficial da embaixada do Brasil na ONU e resolveu ficar no Hotel Waldorf-Astoria, símbolo de luxo e sofisticação em Nova York. Lula deverá se instalar numa suíte cuja diária varia de US$ 400 a US$ 600 dólares. A comitiva, composta de ministros e políticas, também deve se hospedar no mesmo local.

Lula fica na cidade até quinta-feira de manhã, quando seguirá viagem para México e Cuba.

Cuba

A ida de Lula a Cuba é o pagamento de uma promessa ao ditador Fidel Castro, que pediu ao petista que visitasse o país ainda em seu primeiro ano de mandato.

O Brasil deve anunciar uma espécie de ajuda econômica ao país. Devem ser fechados acordos bilaterais e anunciada uma linha de crédito do BNDES para financiar a exportação brasileira para Cuba. O pacote pode chegar a R$ 100 milhões.
 

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