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26/03/2004 - 20h30

Presidente inaugura ponte "Lula" e pede mudança do nome

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Itinga

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou hoje em Itinga, na região pobre do Vale do Jequitinhonha (MG), a ponte "Presidente Lula", mas pediu que o nome seja mudado, mesmo afirmando que "uma pessoa não pode recusar homenagem".

Lula, alegando que "possivelmente" não merecia aquilo, sugeriu que seja dado à ponte o nome Tio Nil, que vem a ser o apelido do barqueiro Britanil Dias Pereira, morto em julho de 2002, aos 78 anos. Tio Nil passou boa parte da sua vida transportando pessoas em uma canoa de um lado a outro do rio Jequitinhonha.

"Me sentirei grato e recompensado se essa ponte tivesse o nome de um companheiro que é a cara da cidade de Itinga, a cara do rio Jequitinhonha, a cara dessa região. Se puderem fazer isso, eu agradeço. Não quero que isso se transforme em uma polêmica, não", disse o presidente.

Dar o nome de Lula à ponte suscitou muita articulação na Câmara Municipal, já que a lei orgânica de Itinga impede esse tipo de homenagem a pessoas vivas. Os vereadores pensaram até no nome da mãe do presidente, mas acabaram recorrendo a um artigo da lei que abre a possibilidade de alguém vivo ser homenageado se dois terços da Casa concordar.

A ponte foi prometida em janeiro de 2003, quando Lula esteve em Itinga. A Vale do Rio Doce e o Grupo Usiminas financiaram a obra --R$ 3,9 milhões. Ele agradeceu às empresas.

Lula homenageou também a Prefeitura de Diadema (SP), a comunidade judaica de São Paulo e o hospital Albert Einstein, que ajudam a população de Itinga desde o ano passado.

Ele anunciou que o governo prepara um "grande projeto de biodiesel para o Brasil", tendo como matéria-prima a mamona, principalmente, para desenvolver as regiões do semi-árido nordestino e mineiro. Disse que esse programa é para as pessoas viverem "à custa do seu trabalho e não viver do dinheiro do Bolsa Família que o governo entrega".

Lula também fez "justiça" ao governador Aécio Neves (PSDB-MG) pela "dedicação" à região. Por sua vez, Aécio voltou a dizer que a "parceria responsável" entre ele e Lula "haverá de ser exemplo" no país e defendeu a "governabilidade" da gestão Lula neste momento de crise política --ignorada pelo presidente no seu discurso para cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM.

Cinco faixas de protesto foram estendidas no local da cerimônia. "A desilusão está vencendo a esperança. E agora Lula?", dizia uma das duas faixas do Sindicato dos Servidores Federais - Regional Leste. As outras eram contra Aécio e a prefeitura local.
 

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