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12/04/2004 - 19h25

MST interdita rodovia e inicia duas marchas no PA

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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interditou hoje por dez horas a BR-316 (Belém-Brasília) e iniciou duas marchas no Estado, um delas em direção a Eldorado do Carajás --onde, em 17 de abril de 1996, 19 sem-terra foram mortos em confrontos com a PM.

Outro agrupamento, a Fetagri Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) invadiu hoje com 300 sem-terra a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Conceição do Araguaia, cidade a mais mil quilômetros ao sul de Belém.

Os atos são para pressionar o governo a acelerar o processo de reforma agrária no Estado e, no caso do MST, para lembrar os sem-terra mortos em 1996.

MST e Fetagri afirmam que, em 2003, o governo federal não assentou nenhuma das 20 mil famílias que estão distribuídas em 40 acampamentos localizados no Pará.

O superintendente do Incra de Belém, José Roberto Faro, disse que ano passado foram assentadas 3.842 famílias --das quais, 135 eram do MST-- e que a meta para este ano é de assentar 6.400 famílias. Ele diz que pretende assentar até junho mil famílias do MST em uma área de 10 mil ha que está sendo desapropriada.

O bloqueio na BR-316 começou às 7h. Os sem-terra atearam fogo em pedaços de madeira e pneus, interditando a principal estrada do Estado em dois pontos: na cidade de Irituia, a 170 km de Belém, e, em Santa Isabel do Pará, a 50 km. Uma fila de 30 km de veículos se formou, sendo a maioria de caminhoneiros, que usam a estrada para levar mercadorias para o Norte e Nordeste do País, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

O MST só desbloqueou a rodovia depois de conversar por telefone com o superintendente do Incra José Roberto Faro, com quem iniciou negociação.

A marcha em direção a Eldorado do Carajás saiu hoje do acampamento 26 de março em Marabá. Já a marcha em direção a Belém foi formada a partir com os sem-terra que participaram do bloqueio da BR-316 em Santa Isabel do Pará.

O MST reivindica ainda a libertação de Mamede Gomes de Oliveira, que está preso há 20 dias em Belém, por desacato a autoridade. "Só queremos que antecipem a reforma agrária e soltem nosso companheiro", disse Nonato de Souza, do MST.
 

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