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14/06/2004 - 11h35

Em discurso, Lula volta a defender mudanças na ordem econômica mundial

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Em discurso que inaugurou a 11ª edição da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar mudanças na ordem econômica mundial e reafirmou a necessidade de intensificar o combate à fome no mundo e de fortalecer o G20.

O presidente afirmou que o modelo de desenvolvimento almejado pelos países "não ocorre de forma automática, nem será resultado de geração espontânea das forças de mercado". "Requer estudo, debates democráticos, determinação política", disse.

Lula disse que "toda mudança implica em escolha e este é o tempo de tomarmos decisões que lancem pontes para o amanhã".

"Temos de demonstrar a coragem política de erguê-las. Estamos conscientes de que o desenvolvimento não é um presente que a comunidade internacional dará às nossas nações. Sabemos que é preciso fortalecer a nossa união e cada vez mais negociar mudanças com perseverança e visão política", afirmou Lula.

Ele disse ainda que o Brasil e os parceiros do G20 sustentaram na reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio) realizada em Cancún, no México, no ano passado, que "é fundamental para o progresso efetivo de todos a incorporação ao sistema multilateral de comércio dos setores em que os países em desenvolvimento são mais competitivos".

Sobre o combate à fome, Lula disse que se trata de um "compromisso de vida". "Tenho um compromisso de vida com o combate à fome. Esse objetivo constitui prioridade do meu governo tanto no plano interno quanto no plano externo."

Desigualdade

No discurso, Lula apresentou números sobre o crescimento dos países nos últimos cinco anos. Disse que 55 países em desenvolvimento cresceram menos de 2% ao ano nesse período, 23 regrediram suas riquezas e 16 fizeram expansão acima de 3%. Além disso, comparou a renda per capita das nações pobres e ricas nos anos 60 e atualmente. De acordo com ele, 40 anos depois, a renda per capita dos mais pobres continua estagnada enquanto a dos mais ricos quase triplicou.

O presidente afirmou que "a alavanca exportadora é fundamental, mas a tarefa gigantesca de superar tamanha desigualdade não pode depender somente do comércio". "É preciso investir em infra-estrutura e incrementar a produtividade para criar as condições de crescimento do emprego e da geração de renda".

Segundo ele, "receitas equivocadas nos últimos anos subestimaram o papel do investimento público e do consenso social na construção da estabilidade e do desenvolvimento". Disse ainda que "sacrifícios adicionais recaíram sobre países que já estavam exauridos".

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